Casa de Livro Blog teve o prazer de ler a versão da L&PM que contém o manuscrito original de On The Road e mais quatro ensaios sobre o livro. Nessa versão os nomes dos personagens são os nomes reais das pessoas que passaram pela vida de Jack Kerouac, autor e narrador-personagem da história, mas é importante ressaltar que muitas situações são autobiográficas.
A quem
diga que não justifica a metade de empolgação cult que existe
acerca de On The Road, outrora encontrará aqueles que dizem que a sua vida
mudou após a leitura, bem como outros em que seu estado de espírito se manteve
inalterado.
Mas sim, o livro é um cult de grande valor, uma obra incrível, apesar de ruim de ritmo e não ser bom para uma leitura
casual, certamente é uma aventura e tanto, que muita das vezes parece não tem fim.
A obra
em diversos momentos leva o leitor ao ápice de suas loucuras, ignorando suas
faculdades mentais e trazendo aquela vontade de largar tudo e cair na estrada,
conhecendo cada canto e cada ser existente nesse mundo. É uma excelente fonte
de pesquisa para interessados em estudar o movimento beat, nesse quesito o livro
é perfeito.
Os
quatros estudos que acompanham essa versão são excelentes, vale cada palavra e é
uma boa aula de literatura, obrigatória a você amante de livros.
As viagens são incríveis, as loucuras, experiências sexuais e abuso de tóxicos acontecem em incontáveis oportunidades durante as aventuras, com pouco dinheiro, sempre no limite da vida, nunca sabendo o que pode acontecer, os personagens dividem com o leitor suas experiências, angústias e prazeres, sempre ao extremo.
As viagens são incríveis, as loucuras, experiências sexuais e abuso de tóxicos acontecem em incontáveis oportunidades durante as aventuras, com pouco dinheiro, sempre no limite da vida, nunca sabendo o que pode acontecer, os personagens dividem com o leitor suas experiências, angústias e prazeres, sempre ao extremo.
Jack
conta as viagens feitas sozinho e com os amigos, principalmente Neal Cassady.
Eles eram jovens sem muitas responsabilidades e viviam entre farras regadas a
sexo, drogas e jazz. Para o leitor, uma verdadeira viagem no tempo.
Para
entender On The Road, portanto, primeiro é preciso conhecer um pouco de Jack
Kerouac. Em 1957, com o lançamento deste livro, Jack se tornaria numa das
principais figuras da geração beat. Para quem não conhece, o movimento beat tem
como base o manifesto que rompeu com o american way of life (estilo americano
de vida), esse que se pode relacionar com o American dream (sonho americano).
Assim sendo, sugeria a busca por experiências genuínas, que levassem a uma vida
descompromissada e até mesmo selvagem. Tendo em vista que, naquela época, o
sujeito era sufocado por sua sociedade, os beatniks como eram chamados os
membros do movimento beat, desenvolveram um novo pensamento. Entre outros
fatores, este pensamento determinava uma vida voltada à liberdade, o que, em
muitos casos, resultava em indivíduos marginalizados.
Com essas informações, podemos então analisar a magnitude da obra mais famosa de Jack Kerouac. Ele, bem como outros, decidiu aventurar-se pelas estradas na companhia de alguns amigos. Em On The Road, o leitor é conduzido às mais frenéticas e impensadas viagens pela Rota 66. Kerouac mostra sua trajetória neste novo estilo de vida, o beat, e mergulha de cabeça na ideia de liberdade, levando os leitores às aventuras, sejam elas desde a costa oeste dos Estados Unidos, estendendo-se até o México, como também, desde o mais entusiasta show de jazz às mais modestas plantações de algodão.
Com essas informações, podemos então analisar a magnitude da obra mais famosa de Jack Kerouac. Ele, bem como outros, decidiu aventurar-se pelas estradas na companhia de alguns amigos. Em On The Road, o leitor é conduzido às mais frenéticas e impensadas viagens pela Rota 66. Kerouac mostra sua trajetória neste novo estilo de vida, o beat, e mergulha de cabeça na ideia de liberdade, levando os leitores às aventuras, sejam elas desde a costa oeste dos Estados Unidos, estendendo-se até o México, como também, desde o mais entusiasta show de jazz às mais modestas plantações de algodão.
E não é
apenas pelas experiências entre as rodovias que o livro é marcado. Toda essa
autenticidade do livro e a sua essência é de fato, as relações humanas. A
amizade de Neal Cassady e Jack Kerouac por exemplo, é algo que perdura mesmo
existindo problemas. E isto é louvável, porque, entre tantas cenas do livro
que hoje não são possíveis de se realizar, ele tem o aspecto que representa uma
unidade que transporta o leitor às mais comuns situações de modo simples, mesmo depois de ter sido lançado há mais de meia década, é algo que encaixa em muitos aspectos atuais.
Os
pensamentos de Jack Kerouac são tão persuasivos, que, imperceptivelmente, o
leitor é seduzido. O livro mexe com a cabeça, indicando uma profunda reflexão
sobre o real valor e motivo da vida, as prioridades de cada um e as consequências
de qualquer escolha que o ser humano venha ter. Desta forma, trazendo ao leitor
uma forte vontade de jogar tudo para o alto e, simplesmente fazer como eles, viver na estrada.
Após ler o livro, você terá a impressão de que se trata de algo muito autobiográfico. Porém, é errado dizer isto com todas as letras, pois, embora a história seja inspirada nas viagens de Jack Kerouac e seus amigos, que na grande maioria são escritores, existe certamente, uma dose de ficção presente nas páginas. A única razão que leva o leitor a pensar sobre Jack ser aquele a quem a obra se refere, é a de que o autor nos traz diversos sentimentos e facetas bem delineadas, sejam elas de paisagens ou dos personagens. E o interessante de On The Road é exatamente o questionamento sobre o que, de fato, ocorreu e sobre o que é meramente ficção.
Após ler o livro, você terá a impressão de que se trata de algo muito autobiográfico. Porém, é errado dizer isto com todas as letras, pois, embora a história seja inspirada nas viagens de Jack Kerouac e seus amigos, que na grande maioria são escritores, existe certamente, uma dose de ficção presente nas páginas. A única razão que leva o leitor a pensar sobre Jack ser aquele a quem a obra se refere, é a de que o autor nos traz diversos sentimentos e facetas bem delineadas, sejam elas de paisagens ou dos personagens. E o interessante de On The Road é exatamente o questionamento sobre o que, de fato, ocorreu e sobre o que é meramente ficção.
Jack Kerouac escreveu sua obra-prima On The Road, livro que seria consagrado mais tarde como a “Bíblia Hippie”, em apenas três semanas. Freneticamente dosado com seu fôlego narrativo alucinante, o escritor impressionou bastante seus editores. Jack usava uma máquina de escrever e uma série de grandes folhas de papel manteiga, que cortou para servirem na máquina e juntou com fita para não ter de trocar de folha a todo momento. Redigia de forma ininterrupta, invariavelmente sem se preocupar com o fluxo de palavras e parágrafos.
O material bruto que chegou às mãos de Malcom Cowley, da editora Viking Press, em 1957, deu trabalho. Os rolos quilométricos de texto tiveram de ser revisados, foram inseridos pontos e vírgulas e praticamente 120 páginas do original foram eliminadas. O estilo-avalanche de Jack tinha ainda um elemento intensificador. Ao contrário às ideias correntes, segundo as quais trabalhou em cima do livro sob o efeito de benzedrina, uma droga estimulante; Kerouac, em admissão própria, abasteceu seu trabalho com nada mais que café.
O material bruto que chegou às mãos de Malcom Cowley, da editora Viking Press, em 1957, deu trabalho. Os rolos quilométricos de texto tiveram de ser revisados, foram inseridos pontos e vírgulas e praticamente 120 páginas do original foram eliminadas. O estilo-avalanche de Jack tinha ainda um elemento intensificador. Ao contrário às ideias correntes, segundo as quais trabalhou em cima do livro sob o efeito de benzedrina, uma droga estimulante; Kerouac, em admissão própria, abasteceu seu trabalho com nada mais que café.
Jack Kerouac foi um escritor clássico e contemporâneo,
que merece ser lido não só pelo que apresenta em sua obra literalmente, mas
pelo que representa a todas as gerações que nasceram na sequência, tendo
influenciado desde famosos, como Bob Dylan e Jim Morrison, até o que viria a
ser o movimento hippie. Temos também os boatos de que até os Beatles fizeram uma leve homenagem a essa geração de
"Vagabundos", ao colocarem “Beat” no nome da banda. “Beat” da Geração Beat,
não “Beet” de Besouro.
O blog teve a oportunidade de apreciar a versão cinematográfica, dirigida pelo brasileiro Walter Salles, tendo como resultado uma boa adaptação, o grande mérito de Salles em On The Road foi exatamente compreender a realidade daqueles jovens que estavam em busca de algo, sem saber direito o quê, Sua equipe percorreram milhares de quilômetros pelo interior dos Estados Unidos, no intuito de compreender o estado de espírito dos personagens principais do livro e apesar de perfeccionista foi de grande valia e gratificante, vale a pena conferir. Belas interpretações, ótima fotografia, e aquele toque nostálgico embriagador.
Boa
Leitura
Casa de
Livro Blog
Sidney
Matias
Titulo: Na Estrada
Titulo Original: On The Road ( Manuscrito Original
)
Autora: Jack Kerouac
Ano: 1957
Páginas: 461
Editora:L&M Pocket
Nota: 4
Bob Dylan - Hurricane
The Doors - Jim Morrison - The Love Street
"E percebo que não importa onde eu esteja, seja em um
quartinho repleto de idéias ou nesse universo infinito de estrelas e
montanhas, tudo está na minha mente. Não há necessidade de solidão. Por
isso, ame a vida como ela é e não forme idéias preconcebidas de espécie
alguma em sua mente".
Jack KerouacJack e Neal |
Jack Kerouac
Não é verdade que você começa a vida como uma criancinha
crédula sob a proteção paterna? E então chega o dia da indiferença, em
que o cara descobre que é um desgraçado, um miserável, fraco, cego e nu,
e com a aparência de um fantasma fatigado e fatídico avança trêmulo por
uma vida de pesadelo."
Jack Kerouac
Qual é a sua estrada, homem? - a estrada do místico, a
estrada do louco, a estrada do arco-íris, a estrada dos peixes, qualquer
estrada... Há sempre uma estrada em qualquer lugar, para qualquer
pessoa, em qualquer circunstância. Como, onde, por quê?"
Os desajustados. Os rebeldes. Os criadores de caso. Os
pinos redondos nos buracos quadrados. Aqueles que vêem as coisas de
forma diferente. Eles não curtem regras. E não respeitam o status quo.
Você pode citá-los, discordar deles, glorificá-los ou caluniá-los. Mas a
única coisa que você não pode fazer é ignorá-los. Porque eles mudam as
coisas. Empurram a raça humana para a frente. E, enquanto alguns os vêem
como loucos, nós os vemos como geniais. Porque as pessoas loucas o
bastante para acreditar que podem mudar o mundo, são as que o mudam
Jack Kerouac
'Homens e mulheres cometem errores - erros, falhas,
pecados, faltas - seres humanos semeiam com problemas suas própria
terra, e tropeçam nas pedras de sua imaginação falsa e errada, e a vida é
dura.'
Jack Kerouac
Jack Kerouac
Um dia hei de renascer numa grande cidade de outro
sistema planetário, no passado ou no futuro, onde uma única montanha de 5
quilômetros de altitude se recorta no céu azul - com toda a compaixão
que sinto dentro de mim, a única coisa que vou precisar é da sabedoria
da terra."
Jack Kerouac
Assim, na América, quando o sol se põe, eu me sento no
velho e arruinado cais do rio olhando os longos, longos céus acima de
Nova Jersey, e consigo sentir toda aquela terra crua e rude se
derramando numa única, inacreditável e elevada vastidão, até a costa
oeste, e a estrada seguindo em frente, todas as pessoas sonhando naquela
imensidão, e em Iowa eu sei que agora as crianças
devem estar chorando na terra onde deixam as crianças chorar, e você não sabe que Deus é a Ursa Maior? A estrela do entardecer deve estar morrendo e irradiando sua pálida cintilância sobre a pradaria, reluzindo pela última vez antes da chegada da noite completa, que abençoa a terra, escurece todos os rios, recobre os picos e oculta a última praia, e ninguém, ninguém sabe o que vai
acontecer a qualquer pessoa, além dos desamparados andrajos da velhice. Penso então em Dean Moriarty, penso no velho Dean Moriarty, o pai que jamais encontramos, penso em Dean Moriarty.
devem estar chorando na terra onde deixam as crianças chorar, e você não sabe que Deus é a Ursa Maior? A estrela do entardecer deve estar morrendo e irradiando sua pálida cintilância sobre a pradaria, reluzindo pela última vez antes da chegada da noite completa, que abençoa a terra, escurece todos os rios, recobre os picos e oculta a última praia, e ninguém, ninguém sabe o que vai
acontecer a qualquer pessoa, além dos desamparados andrajos da velhice. Penso então em Dean Moriarty, penso no velho Dean Moriarty, o pai que jamais encontramos, penso em Dean Moriarty.
Jack Kerouac
"Porque as pessoas loucas o bastante para acreditar que podem mudar o mundo, são as que o mudam.
Jack Kerouac
E a estrela do entardecer deve estar morrendo e
irradiando sua completa cintilância sobre a pradaria antes da chegada da
noite completa que abençoa a terra, escrurece todos os rios, recobre os
picos e oculta a última praia e ninguém, ninguém sabe o que vai
acontecer a qualquer pessoa, além dos desamparados andrajos da velhice,
eu penso em Dean Moriarty; penso até no velho Dean Moriarty, o pai que
jamais encontramos; eu penso em Dean Moriarty.
Jack Kerouac
"Jack sempre foi muito tímido, ainda
que parecesse durão, era doce, sensível, passional. Neal era mais
espontâneo, machão sem fazer esforço, mas também se interessava muito
pelas palavras. Ele esperava que Jack o ensinasse a ser do seu jeito.
Eles eram opostos e muita gente pensava que se pareciam. Neal era rude,
Jack era mais introvertido e gostaria de ter a mesma iniciativa com as
mulheres. Ele gostava de ver Neal fazer isso".
Ofereça a eles aquilo que mais desejam secretamente; é claro que entrarão em pânico imediatamente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente: