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27 de mar. de 2023

2001 A Space Odyssey

 In 1968, the visionary and daring film director Stanley Kubrick and the writer Arthur C. Clarke presented the world with the film 2001: a Space Odyssey, little understood at the time, as some critics report, due to its predominantly visual narrative (just over forty minutes of dialogue in more than two hours of film) and the subjectivity of interpretations to which the viewer is led.

    The plot begins with a visit to the most remote past of humanity, when, according to Darvin and evolutionary theory, man was nothing more than a primate, wild and still not very rational, struggling to survive in an arid and hostile land, until something changed the the course of a certain band, when, leaving the cave where they spent the night in the morning, they come across a large black monolith buried in front of the “door”. Shortly after, the effects of the appearance of the inexplicable object begin to manifest themselves, awakening in them homo sapiens and his odyssey over the earth.

    From using bones as tools and weapons to conquering space, the film jumps back three million years and takes viewers on Dr. Heywood Floyd to the lunar base (note that the film was released a year before the American expedition to the Moon), where curiously a similar buried monolith was found, estimated to be three million years old; what in the past had been left in front of the “door” of a cave, was now found in front of the “door” of planet Earth. Once again, humanity is placed before the mysterious object that once made it, in one way or another, reach where it was; would a new leap be given? It seems so. The monolith appeared to be linked by waves of radiation to Jupiter. The question soon becomes obvious: are we human beings the work of extraterrestrial interventions? The question is not immediately answered, but the subjectivity of Kubrick's narrative opens up a range of possibilities for interpretations, as, for example, in one of the last scenes of the film, when astronaut Dave Bowman, the only survivor of the mission sent to Jupiter, an old man is seen lying at the foot of the monolith with his hand extended towards him: this scene may be a subtle reference to Michelangelo's fresco The Creation of Adam, in which he extends his hand towards God after being made in his image and similarity. God, extraterrestrials, superior intelligences, 2001 does not answer any of these questions, on the contrary, it incites more restlessness and doubts on the subject.

Eighteen months after finding the black object on the Moon, a mission with six crew members leaves for Jupiter: three scientists, two astronauts, Frank Poole and Dave Bowman, and the HAL 9000 computer, the artificial intelligence (AI) responsible for controlling the Discovery spacecraft mission. Dave and Frank's function was restricted to simply serving as maintenance tools for the ship, as they didn't even know the real objective of the mission. From the discovery of tools three million years ago to becoming simple tools for machines created by man himself: was this the evolutionary leap of the human race?

    The most humane member of the mission was undoubtedly HAL, who made a point of debating with the astronauts subjects such as fear, vanity, doubt, feelings that the machine now knew how to simulate (or truly feel) better than man himself. HAL was in mission control, and he didn't want to share it with anyone else. The most humane machine ever created so far had taken on emotions and feelings forgotten by human beings in their evolutionary process. Man had become machine, and HAL had become someone. When Dave and Frank discover that HAL has supposedly misdiagnosed a problem with the ship's communications system, they realize they may be being tricked by the computer, which had the responsibility of getting them safely to Jupiter and allowing them to return. the land. HAL, feeling his plans threatened, kills, like a cornered animal, first the scientists who were in a state of hibernation by turning off their survival capsules, then Frank by throwing him into space. Then begins Dave's fight against HAL for survival, and at the end of the battle, like Dave, HAL demonstrates his fear of death while the astronaut turns off his AI's processing and memory units one by one. HAL, the human machine, dies; Dave, the man mechanized by the evolution of his species, survives to find Big Brother, the monolith larger than Jupiter's that communicated with the others found on Earth and the Moon, and once again, the man, now represented by Dave , takes a step in his evolution, being reborn as a new being, a star baby, a man who frees himself from time and space.

Stanley Kubrick and the writer Arthur C. Clarke

            A great visual experience, such are Kubrick's great classics, and these sensory experiments with which the director tells his stories began with 2001: A Space Odyssey, an extremely experimental film, an epic, slow and surreal ballet.

April 27, 2023,

review by

Sidney Matias

Casa de Livro Blog

27 de jul. de 2012

Anthony Burgess - LARANJA MECÂNICA


Ora ora ora, o que temos aqui meus velhos drugues?
A ilustríssima obra de Anthony Burgess, após apreciar um bom e velho Moloko, o Blog Casa de Livro traz a você leitor, Laranja Mecânica.
Alex, nosso protagonista que também é o nosso narrador, nos conta de uma forma bizarra seu cotidiano. Juntamente com seus drugues, Tosko, Pete e George, praticam roubos, espancamentos e estupros, esparramando a boa e velha ultra-violência por toda uma Londres arrasada, em um caótico futuro indeterminado.
No futuro em que se passa a obra, os entorpecentes Velocet, Sintemesc e Dencrom, são misturado em Moloko e comercializada no Lactobar Korova, local em que religiosamente nosso drugues reúnem-se  para dar inicio a mais uma noite alucinada e repleta de Krovvy.
Agressões contra starres e sunkas, são comuns e acontecem em grande escala no livro, bem como toltchoks nas gúllivers.  E se você é daqueles leitores que literalmente entram na obra, no decorrer dos capítulos irá sentir as dores das vítimas. Porém, como em toda gangue, nada é tão “perfeito”, os companheiros de Alex resolvem fazer um complô, afim de tirar dele, todo o “poder” que a liderança oferece. 
Laranja Mecânica é sem duvida um dos melhores clássicos das distopias modernas.
Nota-se que, utilizei no texto acima algumas palavras que Burgess  recriou, construindo um vocabulário próprio para seus personagens, o NADSAT,  mesclando palavras em inglês, russo e gírias. Além de uma nova ambientação para Londres, em um cenário futurístico, definitivamente o escritor estava à frente de seu tempo.
Todo esse cenário para receber as ações inconsequentes dos jovens, percebemos uma indireta do autor, nada doce, para com a realidade. Em sua ficção, Burgess  abordou temas criticando determinados assuntos, que ainda hoje se aplicam a nossa sociedade.
O próprio autor em sua vida sofreu com a violência, sua mulher havia sido violentada sexualmente por jovens. Acredita-se que uma forma de superar o problema, foi escrever o livro.
O leitor poderá acompanhar na obra, o chocante momento em que um escritor está trabalhando em seu livro, cujo nome também é Laranja Mecânica, e é obrigado a assistir sua mulher ser violentada sexualmente, após ter sua casa invadida por Alex e seus drugues.
Às vezes uma desgraça só, não é suficiente. Na época que escreveu o livro, Burgess ainda era perturbado por uma doença que provavelmente iria matá-lo, em até no máximo 12 meses. Se a expectativa de vida dada pelo médico tivesse sido certeira,  ele teria partido sem terminar o livro.
A obra marcou muitos leitores assim como os que também tiveram contato com sua adaptação cinematográfica, que se tornaria um grande clássico do cinema mundial, dirigido pelo fenômeno Stanley Kubrick. Uma simples resenha descrevendo o conteúdo da obra é quase desnecessária, quando falamos em Laranja Mecânica precisamos ir mais afundo. E destacar alguns pontos de grande importância. Primeiro a natureza de agir inconsequentemente do ser humano, a irônica simpatia que nosso protagonista Alex despertou nos leitores, e a expressão “Laranja Mecânica” ter sido usada no livro, como também não podemos esquecer do seu bom gosto para música clássica, em especial Beethoven.
Uma das características  que tornam  Laranja Mecânica ainda mais interessante, é a falta da real consciência dos personagens, entre fazer o bem e o mau, entre o certo e o errado. Certamente Alex sabe que, diretamente causa danos à vida de terceiros durante as agressões, mas antes de utilizar a razão e a moral, facilmente é levado pelo instinto e vontade. Para Alex e seus drugues, a ultraviolência era em primeiro lugar, um prazer, uma diversão. Uma vida regada de facilidades, tudo sobre controle e poder deles, mas não era o suficiente.
“Eu não conseguia deixar de me sentir um pouquinho decepcionado com as coisas do jeito que eram naquela época. Nada contra lutar de verdade. Tudo era fácil como tirar doce de criança” Alex.
A expressão Laranja Mecânica, nada mais é do que a tentativa de impor ao homem, um ser evoluído e capaz de agir docilmente, que será acolhido calorosamente por  Deus no fim de tudo. Tudo isso na tentativa, e na base de leis impostas, dando condições que, são apropriadas para uma sociedade de criação mecânica.
Podemos ir um pouco além, Laranja e Mecânica são duas coisas distintas. A primeira nos traz algo natural, enquanto a segunda, carrega no contexto as mudanças humanas e a tecnologia, agregado à ausência de criatividade e favorecendo a realização de uma atividade automática e mecanizada.  
Nessa linha de pensamento podemos afirmar que, a mente de qualquer individuo é uma Laranja. Alex, no livro, é exatamente isso, na direção de que,  a maldade é algo natural ao seu modo de ver.  Apesar de ser fruto de bom berço, e pais educados,  essa forma de agir despertou em Alex, tornando-o um perigo para a sociedade.


Na obra iremos acompanhar o tratamento que fora aplicado, o Método Ludovico, tentando “mecanizá-lo”. E  o fim do nosso narrador, não é nada natural.  Que antecipadamente até o  próprio Alex questiona, em certo ponto do livro, ao conhecer o Método Ludovico, que seria aplicado em troca de redução de pena juntamente com algo que também lhe traria a “cura".
– “Eu vou ser uma Laranja Mecânica?”.

[ contém spoiler a partir desse ponto ]

Alex perde seus prazeres, senso de criação e paixões, que mesmo sendo um perigo, eram o que lhe tornava humano. Com sua mecanização, evadiu-se todo o seu senso de escolha, e isso criou uma certa comoção no leitor, talvez um dos motivos que nos levam a simpatizar com Alex, apesar de seus atos.
Alex sofre na mão das mesmas pessoas que no passado ele agrediu, gerando um ciclo para a narrativa. O final é nada mais que algo justo, porém muito cruel. Alex de sua adolescência à maturidade conhece as drogas, violência e punição, mas não só pelo governo, como também pelas eventualidades da vida.
Na versão britânica, não temos o vocabulário publicado no final no livro,  causando grande estranhamento em seus leitores, solicitando ao leitor certa dedução para compreensão, e  essa era a intenção do autor, trazer todo o cotidiano do mundo de Alex, da forma como ele realmente acontecia, e também é a forma mais indicada para primeira leitura, não consultar o vocabulário.  Uma excelente obra com muita violência e conflitos éticos. Definitivamente é uma obra marcante, Laranja Mecânica é muito “horrorshow”, depois da sua leitura, você jamais será o mesmo. 
Padre (para Ludovico):
"Escolha. Ele não tem escolha, certo? O interesse próprio, o medo da dor física levaram-no a este grotesco ato de humilhação. (...) Ele deixa de ser um malfeitor, mas deixa também de ser uma criatura capaz de escolhas morais!"


Título: Laranja Mecânica
Título original: A Clockwork Orange
Autor: Anthony Burgess
Ano de lançamento: 1962
Páginas: 224

Boa Leitura

Casa de Livro Blog

Sidney Matias


 "A juventude precisa acabar, ah sim.

Mas a juventude é apenas quando nos comportamos tipo assim como os animais. Não, não é bem tipo assim ser um animal, mas ser um daqueles brinquedos malenks que você videia sendo vendido nas ruas, como pequenos tcheloveks feitos de lata e com uma mola dentro e uma chave de corda do lado de fora e você dá corda nele e grrr grrr grrr e ele vai itiando, tipo assim andando, Ó, meus irmãos. Mas ele itia numa linha reta e bate direto em coisas bang bang e não pode evitar o que está fazendo.
Ser jovem é como ser uma dessas máquinas malenks."
Alex.
É curioso como as cores do mundo real parecem muito mais reais quando vistas no cinema. (Alex)

Foi como se por momentos, meus irmãos, um pássaro imenso adejasse na leitaria e senti todos os meus cabelos porem-se em pé pelo corpo todo, e um formigueiro como se pequenas lagartixas o percorressem de alto a baixo. Porque eu conhecia aquele cântico; era um pedaço da gloriosa Nona do Ludwig Van. (Alex)

A virtude vem de nós mesmos. É uma escolha que só a nós pertence. Quando um homem perde a capacidade de escolher, deixa de ser homem. (padre)
- Não! Não! Parem por favor! Suplico-lhes! É um pecado! É um pecado!
- Pecado? O que é um pecado?!
- Servirem-se assim de Ludwig Van. Ele não fez mal a ninguém! Beethoven só escreveu música.
- Referes-te ao fundo musical?
- Sim.
- Já tinhas ouvido esta música antes?
- Sim!
- Gostas, então, de música?
- Sim!!! (...) não é justo! Não é justo sentir-me mal a ouvir o maravilhoso Ludwig Van.
(Alex/ médicos)



Algumas palavras do vocabulário:
itiar: ir, andar, acontecer
malenk: pequeno, pouco
tchelovek: sujeito
krovvy: sangue
starres: homem velho
sunkas: mulher
horrorshow: legal
moloko: leite
toltchoks: chutes, porradas
gúlliver: cabeça
sintemesc / dencrom = droga alucinógena