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12 de jul. de 2012

Jack London - O CHAMADO SELVAGEM


As obras literárias do americano Jack London,  sempre com muito vigor somado a excelente narrativa realista, nos oferece um testemunho sobre a época em que o autor viveu, marca registrada de London. Este que já embarcou para tomar parte na corrida do ouro em Klondike, cenário que  se tornaria palco de suas primeiras histórias de sucesso. 
Sua ilustre obra, O Chamado da Floresta, é um dos principais títulos do autor, com sua primeira publicação em 1903 é uma das responsáveis pelo grande sucesso de Jack London.
Buck vivia cercado de afeto em uma vasta e farta propriedade. Devido a “corrida do ouro” nos Estados Unidos, ele foi roubado com o intuito de ser severamente treinado sob uma violência sem limites.
Em um ambiente hostil,  totalmente diferente do que estava acostumado, aonde predomina a lei do mais forte, com muito mérito alcança a liderança dos cachorros puxadores de trenó.  Já  adaptado, este se destaca entre os demais animais, chamando a atenção de todos os exploradores de ouro.
London desenvolve uma verdadeira tese com base na evolução biológica.  No íntimo dos animais, nos traz um relato incrível e único. Buck nosso personagem principal vive o estado de espírito do próprio autor.
Uma incrível aventura, levando um cão domesticado rumo a um mundo selvagem, descobrindo então sua própria natureza.
A obra nos mostra a visão do cachorro, e sendo irracional convive em um mundo de incertezas,  e nunca sabe o que esta por vir, até que os fatos se concretizem.
Um livro incrível, magnífico e tocante, aclamado pela crítica como a obra da vida de Jack London.


Salve a besta primordial!

A bestialidade primitiva, latente em Buck, tornava-se apesar de dissimulada, cada vez mais latente dominante sob as condições ferozes da vida na trilha. Tendo-se tornado astucioso, Buck conseguia sempre manter  calma e o controle. Ajustar-se a nova vida ocupava-o demais; e, além de não aceitar combates, evitava ocasiões de provocá-los. A Força de vontade caracterizava sua nova atitude.
Não era dado a ações precipitadas. Apesar do amargo rancor que existia entre ele e Spitz, não demostrava impaciência e evitava qualquer provocação.
Sptiz nunca perdia a oportunidade de mostrar os dentes, talvez porque visse em Buck um rival perigoso. Procurava por todos os meios iniciar uma briga que fatalmente terminaria  com a morte de um dos dois.


Jack London escreveu muitos outros livros, com diversos temas, todos muito interessantes.
Todos com uma narrativa viciante, empolgante, conduzindo os leitores aos mais distantes lugares, paisagens, animais e pessoas.
As obras de London são contemporâneas, emocionantes e clássicas, vale a pena conferir.



Autor: Jack London
Titulo: O Chamado Selvagem
Titulo original: The Call Of The Wild
Páginas: 104
Editora:  Edições de Ouro

Boa leitura

Casa de Livro Blog

Sidney Matias

18 de jun. de 2012

Fiódor Dostoiévski - CRIME E CASTIGO



Publicado em 1866, Crime e Castigo é considerado o maior clássico dos Thrillers psicológicos, bem recebido em uma grande diversidade de idiomas e culturas, encantando o público das mais variadas orientações ideológicas, desde ateus a cristãos fanáticos, como também de políticos conservadores a radicais.
Estudante e homicida, constantemente seguido pela sombra da memória do seu crime, um romance que narra à história de Rodión Romanovitch Raskólnikov. Está presente na obra de Dostoiévski alguns elementos como o amor, julgamento, paixão, razão, crime e castigo.
São Petersburgo Final Século XIX
Vagando pelas ruas de São Petersburgo, por muita das vezes delirando, febril e doentio, o jovem premedita um crime e o executa. Após ter colocado sua teoria em prática, com diálogos e pensamentos infindáveis, uma perturbação monstruosa abala nosso personagem. Quais os motivos que o levaram a cometer tal crime? Raskolnikov faz uma tese que também serve para justificar o feito, artigo de grande polêmica na psicologia do crime, que irá fazer você pensar e trará muito sentido a várias questões, porém irá deixar muitas outras em aberto. O Leitor recebe a tal perturbação em cada capítulo e assim como nosso assassino, também irá procurar a essência para reencontrar a paz e as razões para esse tipo de atitude.
A moral cristã tradicional não lhe satisfaz, sente o dever de superá-la, faz um julgamento de si próprio colocando-se acima dela.  Além do bem e do mal, em seu quarto de pensão em uma São Petersburgo miserável do século XIX muito bem retratada por Fiodor. Raskolnikov é assolado por uma imensidão de ideias revolucionárias. Encontra em Napoleão algo que o impressionou muito e certamente foi o que o motivou. Uma teoria específica que divide a humanidade, um grupo de pessoas que não são atingidas pela lei, um privilegio de poucos, pessoas que fazem as leis para a grande massa. Muitos líderes e governantes não hesitam em praticar o mal, apoiam-se nas leis, sem incomodo ou o mínimo de remorso.  Raskolnikov se imaginou um gênio desse perfil e se convenceu disso por certo tempo.
"A Vida e a Morte"
1885 - Gustav Klimt
( detalhe )
Sofreu muito por ter estabelecido essa teoria, e isso seguiu por todo o livro, teve a capacidade de passar por cima das leis com muita coragem, porém algumas falhas lhe trouxeram tormentas sem fim.  Acabou sendo uma grande desgraça ser esse gênio, ser amplo e adequado.
Após ter sucumbido à tentação, logo pagou seu preço, seja na lei, seja em sua própria perturbação mental. Temos aqui um romance policial assim como foi atribuído pela crítica, que logo tornou-se um  estudo psicológico de grande impacto.
O atraso e o desenrolar dos fatos acaba sendo um atrativo do grande e terrível drama, proveniente do estilo de Fiodor, o estado da alma em cada situação é muito marcante. É a navalha cortando a flor da pele.
Algo que ocorre até hoje, quantos hoje não são mortos e massacrados pelo governo? Movido a interesses políticos. Qual a diferença de um crime cometido a sangue frio, para um outro que é executado a longo prazo, que matam milhares de civis seja em conflito urbano e ou em guerras territoriais. A falta de reciprocidade do Governo é um crime em maior teor de gravidade, o que muda é a forma que apertamos o botão e quem o aperta. Hoje no Brasil, as pessoas acham os Bandeirantes heróis por culpa do sistema de ensino que diz isso até hoje, esses que massacraram nossos indígenas. O Impacto real na sociedade de um crime distinto é menor. Porém tratado de maneira mais alarmante. Quem tem a lei a seu favor e dita as regras. Tem marcas de sangue invisíveis em seus instrumentos da morte.



“É Verdade não procedi com as regras da estética! Decididamente não entendo por que é mais glorioso bombardear uma cidade que matar alguém a machado! A preocupação estética é o primeiro sinal de fraqueza! Nunca o senti melhor do que hoje e cada vez compreendo menos qual é o crime! Nunca me senti mais forte, mais convencido do que agora! ”

''Não há no mundo coisa mais difícil que a sinceridade e mais fácil que a lisonja. Se à sinceridade se mistura a mais mínima nota falsa, surge imediatamente a dissonância e, atrás dela, o escândalo. Ao passo que a lisonja, ainda que seja falsa até a última nota, torna-se simpática e ouve-se com satisfação: com satisfação grosseira, sim, mas com satisfação. E, por mais tosca que seja a lisonja, metade dela, pelo menos, parece sempre verdadeira. E isto em todos os graus da hierarquia social.''


"A Vida e a Morte"
1885 - Gustav Klimt
FULL
 “A morte cria um sentido pra nossa vida. Mais importante que isso, a morte cria um valor especial para o tempo. Se o nosso tempo nessa terra fosse indeterminado, a própria vida perderia o sentido e muito provavelmente estaríamos com a bunda de fora e com uma lança nas mãos. A morte é o agente mais poderoso da natureza, ela vem para levar o velho e abrir espaço para o novo. O nosso esforço para evitá-la e fazer de nossa curta estadia aqui algo minimamente memorável é inútil. Só existe a vida porque existe a morte.”




Titulo: Crime e Castigo
Titulo Original: Prestuplénie i nakazánie / Crime and Punishment
Autor: Fiodor Dostoiévski
Ano de lançamento: 1886
Editora : Ediouro

Boa Leitura

Casa de Livro Blog

Sidney Matias