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19 de fev. de 2013

John Harding - A MENINA QUE NÃO SABIA LER


Olá leitores da Casa de Livro, Blog.
Iremos comentar um pouco agora sobre um romance gótico que começa em um ritmo lento e vai ganhando velocidade gradualmente, de acordo com o desenrolar dos fatos.
A menina que não sabia ler se passa em 1891, história essa que navega por uma temática mórbida. O livro é protagonizado por Florence, uma garota de doze anos, muito inteligente, e Giles, seu irmão caçula, os dois passam a morar em uma mansão sombria e repleta de mistérios, que farão questão de desvendar.
Órfã de pai e mãe, Florence se dedica exclusivamente e efetivamente ao meio-irmão e aos livros. As crianças foram criadas por uma antiga governanta, a Senhora Grouse, e por alguns criados da moradia decadente. Ela é desprezada pelo tio, a quem nunca conheceu pessoalmente. Ele se encarrega apenas de transmitir algumas regras para os empregados e também para contratar uma babá para Giles.
Florence não tem quaisquer valores morais e nem perspectivas de um futuro melhor e convívio com a sociedade, ela então se refugia no tesouro literário que habita a biblioteca, recanto que ela descobre em um dia chuvoso. Apaixonada por esse universo desde o início, impedida de sequer aprender a ler, regra de seu tio, de que ela como mulher não poderia estudar e nem aprender a ler e se comunicar. Mas Florence é determinada e muito esforçada, ela consegue sozinha aprender, passa horas estudando sozinha, conhecimentos esses que lhe abrirão as  portas do mundo e da imaginação.
A partir deste momento, a garota passa a viver uma vida dupla. Diante do olhar alheio de todos que moram ali. Florence é uma menina estranha que perambula pela mansão da Nova Inglaterra, mas clandestinamente mergulha cada vez mais fundo neste refúgio secreto. Apenas compartilhado com Giles. O problema é que, para defender os únicos tesouros que a vida lhe ofereceu, os livros e o irmão, ela é capaz de qualquer coisa.
A própria Florence quem nos conta a história, as aventuras de sua vida, por isso só tem uma versão do que se passa, apenas Florence nos apresenta o seu mundo.
Porém em certos momentos ficamos perdidos, a história é tão bem escrita, os detalhes tão incríveis, que nos perguntamos: Como saber o que é realmente realidade ou mera imaginação?
Florence não conhece seu passado, e sente que nessa sombria mansão, existem mistérios e questões suspensas no ar, há vários fantasmas que pairam na atmosfera sufocante da residência.
E tudo começa a ficar cada vez mais eletrizante, quando entra em cena a enigmática senhorita Taylor, que substitui a antiga babá de Giles morta tragicamente. Desde o primeiro momento, Florence enxerga a senhorita Taylor como a imagem de todos os seus medos e temores.
A garota sente o irmão cada vez mais distante, cada vez mais fascinado pela estranha. Isso a deixa intrigada, algo de muito errado tem nessa relação, e Florence vai usando sua inteligência e imaginação para nos revelar facetas ocultas da personalidade da estranha mulher.
Mas agora a leitura vai ficando mais confusa, Florence nos transporta para um mosaico macabro, explorado pelo autor com detalhes sinistros, alguns momentos podem nos confundir, provocar aflições, talvez até medo.
O único problema dessa obra, o que nos deixa um pouco tristes, é que o autor deixa muita informação para o final, e isso acaba deixando confuso, e faltando respostas.
Mesmo assim é uma obra fabulosa, bem estruturada, inteligente e criativa.
Florence conseguirá manter Giles e seus preciosos livros a salvo do mundo obscuro?



Com a facilidade a mente se torna egoísta. Com que facilidade deixamos de lado a perspectiva de um futuro desastre pelo prazer do presente?



Titulo: A menina que não sabia ler.
Titulo Original: Florence and Giles
Autor: John Harding
Ano: 2010
Páginas: 288
Editora: Leya.

Boa Leitura

Casa de Livro Blog

Karina Belo






A neve perfeitamente branca, a gralha preta como uma mancha no lençol recém-lavado, pela primeira vez compreendi que não havia nada inteiramente bom e nada inteiramente ruim, que cada página tem uma mancha, e, por essa mesma razão, eu esperava todas as noites sombrias por uma pequena luz brilhante. Isso me deu esperanças.



Embora minha criação me tivesse desmundanizado, eu sabia por minhas leituras que ninguém passa por esta vida ou mesmo por parte dela sem que algo esteja escrito em algum lugar.



Você não é bonita, mas você tem um certo encanto que é muito mais importante que a mera beleza.



Virei- me de costas, pois não lhe daria a satisfação de ver meu desconforto, o terror absoluto que me percorreu a espinha e ameaçou explodir-me o coração no peito. Acalmei-me nas prateleiras de livros e comecei a pegá-los como se estivesse escolhendo um para ler, embora na verdade as letras douradas desbotadas das lombadas dançassem diante dos meus olhos e fizessem pouco sentido, como se as palavras estivessem escritas em sânscrito. Peguei três ou quatro a esmo e deixei a sala, porque seria muito desconfortável sentar-me e lê-los ali.

30 de dez. de 2012

George R.R. Martin - A MORTE DA LUZ




Um planeta errante, vazio, chamado Worlorn, sem muitos atrativos e que não faz parte de nenhum sistema solar, vagando constantemente pelo universo,  e são raras as vezes que ele passa próximo a algum planeta ou estrela, até que ele se aproxima de um gigante sol, o Satã Gordo.  Este que é rodeado por mais seis menores sois,  essa aproximação faz com que Worlorn tenha luz por algumas décadas.
Após esse evento, é realizado um festival que reúnem os principais mundos e constroem 14 cidades,  cada uma com características oriundas de seus próprios mundos, como um raio-x  de sua terra natal.
A Morte da Luz se ambienta anos após o festival, quando Worlorn já se distância lentamente da grande roda de fogo, dando sequência em seu errante e eterno caminho, aonde já são poucas as pessoas que ainda habitam o planeta,
Nosso protagonista Dirk t'Larien é chamado ao planeta por Gwen Delvano, seu antigo amor, por meio de uma joia sussurrante.


Achei muito interessante toda à idealização da obra, e com vários toques de originalidade, enriquecendo muito o ambiente onde a trama desenrola. Fugindo um pouco das histórias futuristas, aonde raças alienígenas dividem espaço com humanos, e guerras de naves pelo espaço, império contra rebeldes. Dando um tom mais sério na história. Apesar de que em alguns pontos o ritmo é lento.
Primeira obra do autor originalmente escrito em 1977, muito antes do best-seller “As crônicas de gelo e fogo”, A Morte da Luz já mostrava o fenômeno que Martin iria se tornar.
Uma grande capacidade de criar personalidades, porém nesta obra, eles não são cativantes.
Personalidades estas que são complexas e interessantes, nada de “bandido” ou “mocinho”, e nos traz culturas muito bem estruturadas e com características únicas, toda a elaboração de nomes, fundo histórico e a relação sociocultural é muito boa.
Mas, após ter criado um mundo fascinante, o autor poderia ter desenvolvido uma história melhor, você termina a leitura querendo algo a mais.
Logo após ler o prólogo, o autor cria no leitor uma expectativa enorme, fazendo com que você espere por algo extraordinário.
O romance que envolve a obra é muito bom, porém confuso para o próprio Dirk t´Larien.
A descrição da floresta onde se passa a caçada é fantástica, e a excelente narrativa realmente nos transporta para o local.
A trama envolve algo diferente e pra quem gosta de ficção é um excelente livro, toda a ambientalização e tecnologia aplicada é muito interessante, a raças, as culturas, e toda a forma como a trama desenvolve. Martin realmente é muito bom, mas a consagração veio somente com a fabulosa e ambiciosa Crônica de Gelo e Fogo, porém tudo isso é muito natural, e a Morte da Luz não deixa a desejar para nenhum livro do gênero.
Os pontos negativos são poucos, e nenhum deles chegam a ser um demérito para obra, Casa de Livro Blog recomenda.



Autor: George R.R. Martin
Título: A Morte A Luz 
Título: Original: Dying of the Light
Ano Lançamento: 1977
Páginas: 336
Editora: LeYa
Nota: 4

Boa Leitura

Casa de Livro Blog

Sidney Matias

Então, em di-446, um astrônomo da Tocadolobo fez de Worlorn o objeto de seus estudos, e pela primeira vez alguém se preocupou em juntar todas as coordenadas. Foi quando as coisas mudaram. O
nome do astrônomo lupino era Ingo Haapala, e ele saiu da sala de computadores incontrolavelmente excitado, do jeito que os lupinos freqüentemente ficam. Pois Worlorn teria um dia - um longo e brilhante dia.


A constelação chamada Roda de Fogo ardia nos céus de cada mundo exterior, uma maravilha notória tanto dentro quanto fora da Antiga Terra. O centro da formação era a supergigante vermelha, chamada por uma dúzia de nomes, tais como o Centro, o Olho do Inferno, o Satã Gordo. Em órbita ao redor dela, equidistantes e dispostas ordenadamente como seis bolas de fogo amarelo rolando em um único sulco, estavam as outras: os Sóis Troianos, os Filhos de Satã, a Coroa do Inferno.


- Este é Dirk t'Larien, korariel de Jadeferro, quer você goste ou não.
- Janacek virou-se ligeiramente na direção de Dirk e apontou para o estranho de branco.
- t'Larien, este é Lorimaar Reln Raposadeinverno Alto-Braith Arkellor. - Um vizinho nosso.
..

A luz ocidental tingia tudo de vermelho; o Satã Gordo erguia-se em algum lugar, e logo a estrela de Alto Kavalaan estaria apagada
nesse céu crepuscular.


 A luz estava tão fraca que era difícil ver as coisas com clareza até que se aproximassem, e então... uma carcaça de algum tipo, ou o que restara dela. No centro da galeria, rígida e ensangüentada. Pedaços de carne estavam espalhados por todo lado. Havia sangue seco escuro no plástico.
- Deve ser a vítima que ouvimos mais cedo. - Gwen supôs em um tom coloquial. - Caçadores de quasehomens não comem sua presa, você sabe. Não pensam duas vezes antes de dizer que as criaturas não são humanas, apenas algum tipo de animal semi-senciente, e acreditam nisso. Mesmo assim, o fedor de canibalismo é muito forte, mesmo para eles, então não ousam. Mesmo antigamente, em Alto Kavalaan, durante a era da escuridão, os grupos de caçadores nunca comeram a carne dos quase-humanos que abatiam.


Correra por dez minutos quando ouviu os cães Braiths latindo selvagemente atrás de si. Depois disso, não pensou nem se preocupou. Correu. Correu como um animal em pânico, respirando ofegante, sangrando, o corpo todo tremendo e doendo. A corrida tornou-se algo sem-fim, uma coisa além do tempo, um sonho febril de pisadas frenéticas, fragmentos de sensações vividas, e o ruído dos cães cada vez mais próximos - ou assim parecia.


- Alto Kavalaan era um planeta violento, é verdade. Mas agora, verdade seja dita, violentos são os kavalarianos. Um povo hostil, cada um deles, freqüentemente xenófobos, racistas. Orgulhosos e
ciumentos. Com suas altas-guerras e seus códigos de honra, sim, e é por isso que carros kavalarianos vêm com armas. Para lutar no ar! Eu o previno, t'Larien..

22 de mai. de 2012

James Sallis - DRIVE




Drive, um best seller de James Sallis, é um suspense que definitivamente deixa a desejar. Parado e um pouco confuso, pode fazer-nos interromper a leitura.
Porém como no mundo da literatura tudo é válido. É bem legal e vale a pena entrar no mundo dos dublês de Hollywood.
História de um rapaz que é considerado o melhor dublê de todos os tempos. Nas horas vagas o mesmo faz alguns serviços extras, que o deixa empolgado com tanta adrenalina. Mas se você perguntar o que ele faz, a resposta é sempre: “Eu dirijo. Isso é tudo o que faço. Você me diz onde começamos, em que direção devemos ir, para onde devemos seguir depois, em que horário. Não me meto, não conheço ninguém, não ando armado. Eu dirijo” ...Só que esta frase não será seguida literalmente.
Em uma de suas mudanças para trabalho, acaba virando vizinho de Irene. Uma linda garota que luta para criar sozinha um filho pequeno.
O Piloto acaba criando uma grande amizade com o garoto, filho de Irene, e também por ela... Ele acaba se apaixonando. Mas Irene é casada, e o marido, é um criminoso que esta prestes a sair da prisão.
O Tempo passa e eles se envolvem cada vez mais, e quando o marido de Irene recebe sua liberdade, tudo realmente passa a acontecer, e fazer sentido.
Um suspense, com um pouco de adrenalina que coloca em jogo vidas.
O Piloto terá que colocar em funcionamento todas as suas habilidades para sobreviver.
Será que conseguirá manter-se vivo?
E Irene, o que acontecerá com ela?




Titulo: Drive
Titulo Original: Drive
Autor: James Sallis
Páginas: 160
Editora: Leya
Ano: 2011


Boa  Leitura

Casa de Livro Blog

Karina Belo