4 de set. de 2014

A MENINA, AS AVES E O SANGUE - (A Menina Sem Palavra) - Mia Couto.



Mia Couto foi capaz de escrever um livro recheado de contos. Contos esses que nos trazem gêneros, momentos, e histórias distintas. Mas que cada uma nos emociona e encanta de uma maneira diferente.
A história que iremos comentar agora, que também faz parte da obra “A Menina Sem Palavras”, é um relato simples de amor.
Um conto leve, escrito de uma forma tão delicada, que toca fundo a alma e o nosso coração.
“A Menina, As Aves, e o Sangue”. A menina, uma garota simples que vivia com sua mãe. As duas apenas, sempre com suas dificuldades, mas com a alegria de viver, mesmo a garota em questão enfrentando um grave problema.
As Aves, penas brancas que se espalhavam na cama da menina, todas as noites. Que velava seu sono, que assustava sua mãe.
Seriam realmente pássaros?
O sangue, que pulsa em nossas veias, mas não pulsa no coração da menina. O Sangue que deveria lhe dar vida, mas que nada lhe oferece.
A mãe enfrenta a dor da enfermidade da filha. Tão pequena, ela só queria ter mais forças, brincar, correr, pular, poder ajudar sua queria mãe.
Mas seu coração fica horas, dias sem bater.
A única pessoa que acredita em sua recuperação é a mãe.
Os pássaros visitam sua cama todas as noites. Seus sonhos são sempre povoados de criaturas com plumas brancas esvoaçantes.
Os médicos acham o caso raríssimo, querem usar para pesquisas.
Mas seria vantajoso fazer a menina sofrer ainda mais?
Estaria ela ainda vida, ou seria apenas imaginação de sua mãe?
Seriam pássaros ou anjos que de sonhos conforta a alma da menina, e deixa sua mãe mais conformada?
Qual seria o mistério por trás desse coração?
Mais um conto incrivelmente belo, que Mia Couto nos apresentou.
Casa de Livro Recomenda.

 

Titulo: A Menina, As Aves, e o Sangue - A Menina Sem Palavra.
Autor: Mia Couto
Páginas: 160
Ano: 2013
Editora: Boa Companhia

Boa Leitura
Casa de Livro

Karina Belo.




A mãe sortiu-se de medo, aconchegou o lençol como se protegesse a filha de uma maldição. Ao tocar no lençol uma pena se desprendeu e subiu levinha, volteando pelo ar. A menina suspirou e a pluma, algodão em asa, de novo se ergueu, rodopiando por alturas do teto. A mãe tentou apanhar a errante plumagem. Em vão, a pena saiu voando pela janela. A senhora ficou espreitando a noite, na ilusão de escutar a voz de um pássaro. Depois, retirou-se, adentrando-se na solidão do seu quarto.

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