15 de jan. de 2018

EXTRAORDINÁRIO – R.J. Palacío


R.J. Palacío escreveu um livro que tocou meu coração de forma única.
Com certeza uma história que estará gravada em mim eternamente.
Extraordinário é uma obra extraordinária, assim como o próprio nome diz. Consegue nos passar uma emoção singular, de forma leve, mas sempre real.
Contando a história de August um garoto que nasceu com uma deformidade fácil, causada por uma combinação de genes.
Mas que não deixou de ser ele mesmo, de cativar as pessoas ao seu redor, e de mostrar que tem muito valor no mundo.
Auggie, como era carinhosamente chamado por seus familiares e amigos, iria enfrentar mais um desafio em sua vida. Com seus dez anos de idade, pela primeira vez, iria estudar em uma escola.
August vivia em um lar feliz, repleto de amor e companheirismo. Seus pais eram sua força, e proteção. Sua irmã Olivia, alguns anos mais velha, era compreensiva e amava o irmão que tudo no mundo.

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Com dez anos, Auggie já passou por mais de vinte cirurgias. Mas nada abalou a sua vontade de viver.
Era sim, muito difícil. Ele enfrentava os olhares assustados, enojados e horrorizados das pessoas constantemente. Mas ele tinha o apoio de sua família, das pessoas que o amavam. Não tinha muitos amigos, isso é certo, mas os dois que faziam parte de sua vida já bastavam.
Auggie tinha aulas em casa, sua mãe o ensinada. Mas ela não era professora, e já estava em um momento em que o garoto precisava de uma educação acadêmica como todo mundo.

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Por mais que ele pedisse para não ser matriculado, seus pais sabiam que seria o melhor. E assim ocorreu.
Pela primeira vez, Auggie iria ingressar no quinto ano da escola Beecher Prep.
Alguns dias antes do início do ano letivo, o diretor da instituição, o Sr. Buzanfa, convidou alguns alunos que acreditava serem gentis, para mostrar o colégio ao garoto.
A principio eles não conseguiam olhar diretamente para o rosto de August. Mas foram se acostumando aos poucos, durante o passeio pela instituição.
Charlotte era uma garota gentil, que tentou de todas as formas fazer com que Auggie se sentisse bem e confortável, mesmo ela não estando se sentindo assim.

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Jack era gentil por si só. Ele olhava diretamente para o rosto do garoto, para seus pequenos olhos. Foi o único que logo de início sabia que Auggie era como todos os outros garotos, apenas com uma aparência distinta.
Julian, por outro lado, era gentil na frente dos adultos. Mas um covarde com as crianças. Desde o primeiro dia, só queria caçoar e provocar o pequeno August. Foi cruel de muitas formas, e tentou em todos os sentidos, colocar todos os alunos contra ele.
Os dias foram uma batalha constante.
Muitas coisas acontecerão no colégio.
Auggie teve dias de alegrias sim, fez amigos verdadeiros que estavam dispostos a ajudá-lo e a zelar por essa amizade.
Mas ele sabia de sua aparência, foi difícil andar pelos corredores da instituição e ter todos aqueles olhares voltados para ele.

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Enfrentar o choque dos professores no primeiro dia de aula.
Enfrentar as provocações de Julian de cabeça erguida.
Pensou sim em desistir, mas sabia que a covardia não iria levá-lo a lugar algum.
Mas Auggie conseguiu provar para as pessoas o quão especial, inteligente, criativo e engraçado ele era.

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Que realmente era um bom amigo.
Despertou nas pessoas os mais distintos sentimentos.
Mas mostrou a todas elas o seu valor, a sua força.
Uma obra encantadora que nos faz refletir sobre como estamos tratando o próximo.
Como nos portamos quando estamos perto de pessoas diferentes.
Uma história contada por uma criança que sofre os mais tipos de preconceitos, que é chamado dos mais cruéis apelidos, que é ciente da sua estranheza e deslocamento no mundo. Mas que é gentil e sempre será. E que tem a capacidade de ensinar isso a todos ao seu redor.
Auggie é simplesmente, Extraordinário.
Qual será o desfecho dessa história?
Quais foram às batalhas que ele enfrentou durante todo o ano?
Quais seus maiores medos?
Um livro que todos deveriam ser obrigados a ler.
Casa de Livro Recomenda.


Titulo: Extraordinário
Titulo Original: Wonder
Autora: R.J. Palacío
Ano: 2012
Páginas: 318
Editora: Intrínseca

Boa Leitura.
Casa de Livro.
Karina Belo.


A questão é que, quando eu era pequeno, nunca me incomodava em conhecer outras crianças porque todas elas também eram pequenas. O legal de crianças pequenas é que elas não dizem coisas para tentar magoar você e, mesmo que às vezes façam isso, não sabem o que estão falando. Quando elas crescem, por outro lado... Sabem muito bem o que estão dizendo. E isso, definitivamente, não é divertido para mim. Um dos motivos para eu ter deixado meu cabelo crescer no ano passado é que gosto como a franja cobre meus olhos: isso me ajuda a tampar as coisas que não quero ver.

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Não sei o que Jack respondeu por que saí da sala sem que ninguém percebesse que eu tinha estado ali. Meu rosto parecia estar em chamas enquanto eu descia as escadas. Estava suando por baixo da fantasia. E comecei a chorar. Não pude evitar. As lágrimas eram tão grandes que eu quase não conseguia enxergar, mas não dava para secá-las por causa da máscara. Estava procurando um espacinho onde eu pudesse desaparecer. Queria poder cair em um buraco: um pequeno buraco negro que me engolisse.

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Tudo ficou muito confuso depois disso. Alguém me puxou pela manga da roupa e gritou “corre”!, Ao mesmo tempo outra pessoa gritou “Atrás deles”!,e, por alguns segundos, duas pessoas ficaram puxando meu casaco em direções opostas. Ouvi os dois praguejando, até que o casaco se rasgou e o primeiro garoto agarrou meu braço e começou a me puxar atrás dele enquanto corríamos o mais rápido possível. Eu ouvia os passou nos perseguindo, as vozes gritando, as garotas berrando, mas estava escuro demais e eu não sabia de quem eram as vozes, só que tudo parecia estar debaixo d’água. Corríamos como loucos, e estava um breu, e, sempre que eu começava a diminuir a velocidade, o garoto que estava me puxando gritava: “Não pare!”.


- “Mais gentil que o necessário” – repetiu. – Que frase maravilhosa, não é? Mais gentil que o necessário. Porque não basta ser gentil. Devemos ser mais gentil do que precisamos. Adoro essa frase, essa ideia, porque ela me lembra de que carregamos conosco, como seres humanos, não apenas a capacidade de ser gentil, mas a opção pela gentileza. O que isso significa? Como isso é medido? Não podemos usar uma régua. É como eu estava dizendo antes: a questão não é medir quanto vocês cresceram este ano. Não dá para quantificar com precisão, não é? Como sabemos que fomos gentis? O que é ser gentil, a propósito?



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