30 de dez. de 2012

George R.R. Martin - A MORTE DA LUZ




Um planeta errante, vazio, chamado Worlorn, sem muitos atrativos e que não faz parte de nenhum sistema solar, vagando constantemente pelo universo,  e são raras as vezes que ele passa próximo a algum planeta ou estrela, até que ele se aproxima de um gigante sol, o Satã Gordo.  Este que é rodeado por mais seis menores sois,  essa aproximação faz com que Worlorn tenha luz por algumas décadas.
Após esse evento, é realizado um festival que reúnem os principais mundos e constroem 14 cidades,  cada uma com características oriundas de seus próprios mundos, como um raio-x  de sua terra natal.
A Morte da Luz se ambienta anos após o festival, quando Worlorn já se distância lentamente da grande roda de fogo, dando sequência em seu errante e eterno caminho, aonde já são poucas as pessoas que ainda habitam o planeta,
Nosso protagonista Dirk t'Larien é chamado ao planeta por Gwen Delvano, seu antigo amor, por meio de uma joia sussurrante.


Achei muito interessante toda à idealização da obra, e com vários toques de originalidade, enriquecendo muito o ambiente onde a trama desenrola. Fugindo um pouco das histórias futuristas, aonde raças alienígenas dividem espaço com humanos, e guerras de naves pelo espaço, império contra rebeldes. Dando um tom mais sério na história. Apesar de que em alguns pontos o ritmo é lento.
Primeira obra do autor originalmente escrito em 1977, muito antes do best-seller “As crônicas de gelo e fogo”, A Morte da Luz já mostrava o fenômeno que Martin iria se tornar.
Uma grande capacidade de criar personalidades, porém nesta obra, eles não são cativantes.
Personalidades estas que são complexas e interessantes, nada de “bandido” ou “mocinho”, e nos traz culturas muito bem estruturadas e com características únicas, toda a elaboração de nomes, fundo histórico e a relação sociocultural é muito boa.
Mas, após ter criado um mundo fascinante, o autor poderia ter desenvolvido uma história melhor, você termina a leitura querendo algo a mais.
Logo após ler o prólogo, o autor cria no leitor uma expectativa enorme, fazendo com que você espere por algo extraordinário.
O romance que envolve a obra é muito bom, porém confuso para o próprio Dirk t´Larien.
A descrição da floresta onde se passa a caçada é fantástica, e a excelente narrativa realmente nos transporta para o local.
A trama envolve algo diferente e pra quem gosta de ficção é um excelente livro, toda a ambientalização e tecnologia aplicada é muito interessante, a raças, as culturas, e toda a forma como a trama desenvolve. Martin realmente é muito bom, mas a consagração veio somente com a fabulosa e ambiciosa Crônica de Gelo e Fogo, porém tudo isso é muito natural, e a Morte da Luz não deixa a desejar para nenhum livro do gênero.
Os pontos negativos são poucos, e nenhum deles chegam a ser um demérito para obra, Casa de Livro Blog recomenda.



Autor: George R.R. Martin
Título: A Morte A Luz 
Título: Original: Dying of the Light
Ano Lançamento: 1977
Páginas: 336
Editora: LeYa
Nota: 4

Boa Leitura

Casa de Livro Blog

Sidney Matias

Então, em di-446, um astrônomo da Tocadolobo fez de Worlorn o objeto de seus estudos, e pela primeira vez alguém se preocupou em juntar todas as coordenadas. Foi quando as coisas mudaram. O
nome do astrônomo lupino era Ingo Haapala, e ele saiu da sala de computadores incontrolavelmente excitado, do jeito que os lupinos freqüentemente ficam. Pois Worlorn teria um dia - um longo e brilhante dia.


A constelação chamada Roda de Fogo ardia nos céus de cada mundo exterior, uma maravilha notória tanto dentro quanto fora da Antiga Terra. O centro da formação era a supergigante vermelha, chamada por uma dúzia de nomes, tais como o Centro, o Olho do Inferno, o Satã Gordo. Em órbita ao redor dela, equidistantes e dispostas ordenadamente como seis bolas de fogo amarelo rolando em um único sulco, estavam as outras: os Sóis Troianos, os Filhos de Satã, a Coroa do Inferno.


- Este é Dirk t'Larien, korariel de Jadeferro, quer você goste ou não.
- Janacek virou-se ligeiramente na direção de Dirk e apontou para o estranho de branco.
- t'Larien, este é Lorimaar Reln Raposadeinverno Alto-Braith Arkellor. - Um vizinho nosso.
..

A luz ocidental tingia tudo de vermelho; o Satã Gordo erguia-se em algum lugar, e logo a estrela de Alto Kavalaan estaria apagada
nesse céu crepuscular.


 A luz estava tão fraca que era difícil ver as coisas com clareza até que se aproximassem, e então... uma carcaça de algum tipo, ou o que restara dela. No centro da galeria, rígida e ensangüentada. Pedaços de carne estavam espalhados por todo lado. Havia sangue seco escuro no plástico.
- Deve ser a vítima que ouvimos mais cedo. - Gwen supôs em um tom coloquial. - Caçadores de quasehomens não comem sua presa, você sabe. Não pensam duas vezes antes de dizer que as criaturas não são humanas, apenas algum tipo de animal semi-senciente, e acreditam nisso. Mesmo assim, o fedor de canibalismo é muito forte, mesmo para eles, então não ousam. Mesmo antigamente, em Alto Kavalaan, durante a era da escuridão, os grupos de caçadores nunca comeram a carne dos quase-humanos que abatiam.


Correra por dez minutos quando ouviu os cães Braiths latindo selvagemente atrás de si. Depois disso, não pensou nem se preocupou. Correu. Correu como um animal em pânico, respirando ofegante, sangrando, o corpo todo tremendo e doendo. A corrida tornou-se algo sem-fim, uma coisa além do tempo, um sonho febril de pisadas frenéticas, fragmentos de sensações vividas, e o ruído dos cães cada vez mais próximos - ou assim parecia.


- Alto Kavalaan era um planeta violento, é verdade. Mas agora, verdade seja dita, violentos são os kavalarianos. Um povo hostil, cada um deles, freqüentemente xenófobos, racistas. Orgulhosos e
ciumentos. Com suas altas-guerras e seus códigos de honra, sim, e é por isso que carros kavalarianos vêm com armas. Para lutar no ar! Eu o previno, t'Larien..

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