26 de set. de 2014

SE EU FICAR - Gayle Forman



O livro que iremos comentar agora é totalmente inesperado, surpreendente e cativante.
Afirmo essas informações, pois ao terminar a leitura, continuei em êxtase profundo e com uma emoção no peito que poucos livros me trouxeram.
Posso dizer que Gayle Forman conseguiu reunir fatos e momentos tão marcantes para seus personagens, que ficará gravado na memória de cada leitor, que tiver a honra de apreciá-lo.
“Se Eu Ficar”, o próprio título já nos leva a questionar qual o sentido da vida? O que seria o ficar? Onde ficar?
Nos contado a história de uma garota de dezessete anos, a obra nos leva a momentos distintos. Mesclando tristeza com felicidade, amor com ódio, vida ou morte.


Mia, sempre foi uma garota simples, não era popular no colégio, era estudiosa, mas não “nerd”. Não era a mais cobiçada pelos garotos, mas era amada por Adam, seu namorado.
O que conseguiu unir esses dois jovens apaixonados foi o amor pela música. Adam é o guitarrista de uma banda que vem ganhando espaço no mundo do rock. Mia é a grande promessa do violoncelo.
Apaixonada pela música clássica, ela precisa se fazer forte no meio do rock. Um mundo que deveria lhe pertencer, pois seus pais amam o estilo. Seu próprio pai era músico, assim como seu atual namorado. Mas é nos show’s de Rock que a garota mais se sente deslocada.
Mas as diferenças são ultrapassadas pelo que ela sente por sua família.
Mas em uma manhã de inverno, onde todos os compromissos da cidade foram cancelados por conta de uma nevasca que não apareceu, que a vida de Mia mudará radicalmente.



Como ninguém iria trabalhar ou estudar, seus pais decidiram que iriam fazer um grande passeio.
Mia e Teddy, seu irmão de oito anos, ficaram incrivelmente animados com a ideia do passeio. Visitariam pessoas que muito amam, e passariam um dia inteiro ao lado dos pais.
Porém no caminho um acidente aconteceu. O destino foi traiçoeiro com uma família que desejava permanecer unida, até a velhice.
Um caminhão atingiu em cheio o carro em que estavam. Seus pais morreram na hora. Mia e seu irmão foram hospitalizados em estado gravíssimo.
A garota entrou em coma, e por mais surreal que possa parecer, seu espirito conseguiu ver tudo.
Mia viu seus pais falecidos.
O aspecto de sua mãe. Os restos mortais deles espalhados pelo asfalto.
Mas quando viu seu próprio corpo em total catástrofe, tudo paralisou.
Como ela poderia estar ali deitada no chão, se estava consciente e vivendo tudo a sua volta?
Ela foi levada as pressas ao hospital, não conseguia respirar por si própria.
Foram feitas cirurgias, curativos, aparelhos foram ligados em seu corpo. E ela estava ali, vendo tudo.
Mia estava presente quando seus familiares começaram a chegar.

Ela sentiu, ela viu, ela viveu todas as tristezas deles.
Mia tinha uma escolha a fazer.
Ela perdeu seus pais.
Descobriu que o pior também aconteceu com Teddy.
Mas viu que era amada, que tinha uma família ali esperando por ela. Que tinha amigos. Que estava amparada por Adam.
Adam que ela tanto ama estava ali. Largou tudo para poder fazê-la ficar, fazer com que Mia volte pra ele. Ajudando-a lutar.
Mas é tão desgastante para ela, estar ali. Presenciando tudo aquilo.
Precisando escolher.
Ela queria acabar com tudo.
Com o sofrimento.
Com a dor.
Mia precisa decidir se voltará à vida, ou se entregará a morte ao lado de sua família.
Todos irão lutar incansavelmente para mostrar que ela é amada, e que terá uma família ao seu lado.
Mia conseguirá suportar a vida sem seus pais?
Sem o seu amado irmão?
Mas conseguirá causar tamanha dor a Adam?
Aos seus avós?
Adam só faz um pedido a ela. “Fique”, enfrente o mundo. Mostre o seu talento. Prove que você renasceu para brilhar.
Uma história emocionante que nos faz identificar o poder do verdadeiro amor.
Casa de Livro Recomenda.



Se Eu Ficar. Se Eu Viver. A escolha é só Minha.




Titulo: Se Eu Ficar
Titulo Original: If I Stay
Autor: Gayle Formam
Ano: 2009
Páginas: 224
Editora: Novo Conceito

Boa Leitura
Casa de Livro

Karina Belo



Você jamais esperaria que o rádio continuasse funcionando depois do que aconteceu. O carro é destruído. O impacto de quatro toneladas de um caminhão a cem quilômetros por hora chocando-se direto com o banco do passageiro tem a força de uma bomba atômica. As portas do carro são arremessadas para longe e o banco do passageiro voa pela janela do motorista. O chassi é arrancado, bate na pista e o motor do carro se solta como se tão frágil quanto uma teia de aranha. As rodas e as calotas são lançadas na floresta. Parte do tanque de gasolina é incendiadas, acendendo pequenas chamadas na estrada molhada.

 

- Não duvidem nem por um minuto que ela consegue ouvi-los – diz ela. – Ela tem consciência de tudo o que está acontecendo.
A enfermeira fica ali parada, com as mãos na cintura. Quase posso vê-la mascando um chiclete. A vovó e o vovô ficam olhando para a mulher, absorvendo o que acabou de dizer.
- Vocês podem achar que são os médicos ou as enfermeiras ou todos estes equipamentos que controlam o show – diz ela, gesticulando na direção dos aparelhos. – Não não. É ela quem controla o show. Talvez, ela esteja só esperando a hora certa. Por isso, conversem com ela. Digam que pode usar o tempo que for necessário, mas que volte, porque estão esperando por ela.

 


- Tudo bem. Se você quiser partir – diz ele. – Todos nós queremos que você fique. Eu quero que você fique mais do que já desejei qualquer outra coisa na minha vida. – De tão emocionado, vovô diz isso com a voz embargada. Ele faz uma pausa, pigarreia, respira fundo e continua: - Mas esta é a minha vontade e vejo que talvez possa não ser a sua. Então, eu só queria dizer que entendo se você decidir partir. Tudo bem se tiver de nos deixar. Tudo bem se você decidir parar de lutar.



E, de repente, tudo o que preciso é segurar a mão dele mais do que já precisei de qualquer outra coisa na vida. Não apenas sentir que ele segura minha mão, mas segurar a dele também. Reúno cada gota de energia na minha mão direita. Estou fraca, e fica difícil fazer isso. É a coisa mais difícil que terei de fazer. Junto todo o amor que já senti, toda a força que vovó, vovô, Kim, as enfermeiras e Willow me deram. Junto todo o ar que mamãe, papai e Teddy me dariam se pudessem. Concentro todas as minhas forças nos meus dedos e na palma da minha mão direita como se fossem um raio de laser. Imagino a minha mão acariciando o cabelo de Teddy, pegando o arco posicionado sobre o violoncelo e entrelaçada com a mão do Adam.
E então... Aperto.

Um comentário:

  1. todo mundo falando desse filmehehe!!!
    http://mergulhado-em-historias.blogspot.com/

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