Obra de menor destaque se comparado à saga vampiresca da mesma autora. Stephenie Meyer escreveu um excelente título para o mundo da ficção, e sem dúvidas merece nossa atenção. Em A Hospedeira a autora nos traz um gênero diferenciado de suas outras obras. Escrita antes da Saga Crepúsculo, a obra não trouxe o devido reconhecimento para a autora. Mas merece o destaque aqui na Casa de Livro.
Realmente o livro correspondeu a proposta de combinar ficção e romance de uma maneira bem simples, Stephenie Meyer conseguiu fazer o que pretendia.
É comum encontrar leitores que se arrastaram pra ler A Hospedeira, ou até mesmo chegar ao ponto de desistir, antes de atingirem metade do livro.
Os mais aficionados por ficção científica, não terão problemas para realizar aquela leitura rápida e prazerosa.
Devido ao forte chamariz da autora para livros de grande apelo romântico, muitos leitores aguardam isso logo de início no livro, porém não é dessa forma que acontece com A Hospedeira.
Vamos ter a oportunidade de apreciar na obra, desde questões e descobertas do significado humano, um amor por toda uma geração de pessoas, amor próprio, familiar e até mesmo um amor impossível.
Uma trama muito bem contada, a autora logo de início nos envolve com cenas perturbadoras, que ficam na memória do leitor, direcionando-os a um fascinante mundo sobre a essência da existência dos seres humanos e nosso corpo físico.
Leitores dotados de pouca paciência devem persistir e continuar a leitura, com certeza irá valer a pena.
Nota-se que a princípio pode confundir e não agradar, mas ao continuar a leitura, os elementos de ficção são claramente expostos, trazendo um prazer substancial durante a leitura.
Logo no início leitor irá acompanhar uma cirurgia de implantação de uma alma em uma humana, com a narrativa da própria alma. Desde as primícias de seus atos, adaptando-se ao novo corpo, tudo isso detalhado com grande perfeição.
As Almas são seres superiores vindos de outros planetas, invadem a terra com o intuito de salvá-la dos próprios humanos, porém nos é retirado, famílias, bens, liberdade e toda nossa maneira de ser. Bem ou mal, esse somos nós, essas são as nossas vontades. Logo então, surge a resistência.
Cada ser humano que capturado tem uma alma inserida em seu corpo, reprimindo a consciência do ser, dominando o corpo, os pensamentos, ações e sentimentos.
Voltando a falar em resistência, Melanie Stryder é uma forte candidata a fazer isso, lutando até o final, recusando a desaparecer completamente, criando um conflito entre a Peregrina, Alma inserida e a Hospedeira Melanie.
Grande parte da população fora sucumbida a tal processo, e suas mentes foram extraídas, porém corpos permanecem intactos. A Grande dificuldade é detectar o inimigo. E o papel de Melanie é de grande importância para que os poucos sobreviventes tenham alguma esperança.
O conflito de memórias e sentimentos, entre a Alma Peregrina e a Hospedeira Melanie, faz com que ela venha se deparar com visões de Jared, o grande amor de Melanie, memórias tão intensas, que a alma inserida não conseguiu sobressair, e Melanie não consegue separar-se dos desejos de seu corpo. Os desejos e atrações passam para Peregrina.
A alma havia sido alertada previamente sobre os desafios de viver dentro de um ser humano, emoções muitas das vezes irresistíveis, sensações em demasia e o estado persistente da memória humana em reaver momentos já vividos. Peregrina esperava dificuldades porém não uma resistência além de suas forças, com a hospedeira recusando-se a desistir de lutar pela posse de sua mente.
Não temos um romance simples e enfadonho, a trama foi muito bem desenvolvida, inicia-se um triangulo amoroso, uma busca por algo platônico por parte da Peregrina, e real como sempre foi para Melanie. Sempre com muita intensidade.
Em um busca perigosa, por Jared e seu irmão mais novo, Melanie e Peregrina vivem uma aventura em meio a uma invasão alienígena, no qual o planeta Terra esta totalmente tomado.
O objetivo da inserção da Alma Peregrina em Mel é coletar informações sobre os “rebeldes”, gerando também um conflito entre ela e a Hospedeira, custando muito a decidir em qual lado ela deve ficar.
Já em contato com os “rebeldes” temos a oportunidade de viajar por diversos mundos, através das histórias contadas pela nossa Peregrina, com muita maestria, Stephenie Meyer nos traz diversos planetas, formas de vidas, viagens interplanetárias e seres superiores manipulando diversas raças, como as algas visionárias, o mundo cantor, mundo do fogo, todos já dominados pelas almas, e também habitados por diferentes espécies como as flores, ursos, aranhas, morcegos, golfinhos e as bestas de garras afiadas. Todos esses planetas e espécies fazem parte do histórico de vivência da alma Peregrina, de fato é um dos trechos mais interessantes do livro.
A história se passa em um futuro não tão distante, nota-se pelos equipamentos, roupas, veículos, e tecnologia que ainda tínhamos no Planeta antes da invasão.
Os personagens são complexos, e a autora traz cada um dos principais, com muita profundidade.
Traçando um paralelo entre a Hospedeira e Peregrina, a primeira lutando para não ser vencida, porém logo sua fragilidade é notada pelos seus próximos, e Peregrina totalmente fora de sua missão, procurando entender o que se tornou, fazendo com que ela venha refletir muito sobre nossa espécie e cada ação que tomamos.
Um excelente thriller, muito mistério, suspense, e reviravoltas em momentos inesperados.
A Obra passa claramente a mensagem que, nós seres humanos estamos a destruir nosso mundo. Fazendo coisas horríveis com nossos semelhantes e o local em que vivemos.
A Hospedeira é o primeiro livro dessa série, e já tem previsão para mais dois livros. Sua adaptação para longa metragem nas telas está programada para 29 de março de 2013.
Autor : Stephenie Meyer
Titulo: A Hospedeira
Título original: The Host
Lançamento: 2009
Páginas: 560
Editora: Intrínseca
Boa Leitura
Casa de Livro Blog
Sidney Matias
Pergunta
Corpo minha casa
meu cavalo meu cão de caça
o que farei
quando caíres
Onde dormirei
Como cavalgarei
O que caçarei
Onde posso ir
Sem minha montaria
ávida e veloz
Como saberei
no matagal adiante
se há perigo ou riqueza
Quando o Corpo meu admirável
esperto cão tiver morrido
Como será
jazer no céu
sem telhado ou porta
e vento em vez de olho
com nuvem para viajar
como hei de cavalgar?
May Swenson
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