25 de mar. de 2013

Kim Edwards - O GUARDIÃO DE MEMÓRIAS



Kim Edwards, é uma romancista estreante que escreveu um livro alternadamente luminoso e sombrio. Cheio de suspense, essa é uma história de cortar o coração.

O Guardião de Memórias é uma obra fascinante. História sobre vidas paralelas, famílias separadas pelo destino, segredos do passado e o infinito poder do verdadeiro amor.

Hoje aqui no Blog Casa de Livro, vamos comentar um pouco sobre umas das poucas autoras que em sua estréia conseguiu nos apresentar uma história de tirar o fôlego.

Tudo começa no inverno de 1964, quando uma violenta tempestade, com muita neve, impossibilita o Dr. David Henry de sair de casa.

David é um médico ortopedista, altamente responsável. Uma espécie de médico brilhante. Quem poderia imaginar que ele estava prestes a cometer uma crueldade?

Como um médico brilhante poderia ser tão estúpido?

A autora nos detalha com perfeição essa tempestade, pois David Henry se vê obrigado a fazer o parto de sua esposa, que esta esperando gêmeos.

Paul, o menino é o primeiro a nascer, ele é lindo, perfeitamente saudável. Mas o médico percebe na menina sinais da síndrome de Down.

David Henry fica desesperado. Em seus pensamentos mais absurdos, ele acha que a esposa não merece uma filha doente.

Que ela não conseguiria lidar com uma situação desse tipo.

Que Paul não ficaria feliz em ir para a escola ao lado de uma doente mental.

David Henry entregou a sua filha, para a enfermeira Caroline. Ele deu ordens para que a moça entregasse a criança para a adoção.

O médico nunca mais queria vê-la, nem ouvir falar da criança. Diria à esposa que a menina não sobreviveu.

David suportará viver com tamanho segredo?

Sua esposa acreditará na morte da criança?

Mas Caroline não consegue entregar a menina, ela não acredita que o homem, o médico que ela sempre admirou foi capaz de tal ato.

Tocada pela fragilidade da criança, a enfermeira decide sair da cidade e criá-la, como sua própria filha. Phoebe cresce com uma mãe que a ama, mesmo não sendo de seu sangue.

Norah, a mãe biológica de Phoebe, jamais consegue se recuperar do imenso vazio, da dor causada pela ausência da menina.

O casamento de Norah e David jamais será o mesmo. Segredos, mentiras, traições. A vida desse casal será marcada por feridas que nem o tempo poderá curar.

David Henry contará a verdade para sua esposa?

Kim Edwards escreveu uma obra fascinante.

Quando eu estava lendo a história, fui capaz de sentir toda a emoção ali apresentada. Personagens com um realismo fora do comum, e uma capacidade de envolver o leitor do começo ao fim do livro.

A autora conseguiu nos mostrar uma trama cheia de surpresas.

O Guardião de memórias nos mostra o poder de nossas escolhas.

Phoebe terá a chance de conhecer o irmão?

Norah perdoará David por todas as mentiras?

David perdoará Norah por todas as traições?

Paul e Phoebe perdoarão seus pais?

Uma história magnífica que todos deveriam ler.

Casa de Livro recomenda.



Titulo: O Guardião de Memórias

Titulo Original: The Memory Keeper’s Daughter.

Autor: Kim Edwards.

Ano: 2005

Páginas: 361

Editora: Sextante

Boa Leitura.

Casa de Livro Blog

Karina Belo






Desde o instante em que balançara a cabeça, num vago aceno de concordância com o surpreendente pedido do Dr. Henry, Caroline tinha a sensação de estar despencando no ar em câmera lenta, à espera de bater no chão e descobrir onde se encontrava. O que ele lhe pedira – que levasse embora sua filha recém-nascida, sem contar à mulher sobre o nascimento da menina – parecia-lhe inominável. Mas Caroline se comovera com a dor e a confusão estampados no rosto dele ao examinar a filha, com a maneira lenta e entorpecida como ele passara a se mover daquele momento em diante. O Dr. Henry não tardaria a cair em si, disse a si mesma. Estava em choque, e quem poderia censurá-lo? Afinal, fizera o parto de seus próprios gêmeos, em meio a uma nevasca – e agora, isso.




Phoebe, porém, não quis mamar, começou a chorar alto e Caroline se levantou e andou de um lado para o outro na sala, murmurando. Enquanto isso, Al pôs mãos à obra. Em dois tempos abriu e forrou o sofá-cama, com rígidas dobras militares em cada canto. Quando Phoebe finalmente se acalmou, Caroline fez um aceno de cabeça para ele e sussurrou uma boa noite. Fechou com firmeza a porta do quarto. Havia lhe ocorrido que Al era o tipo de pessoa que notaria a falta de um berço.






David calou-se, lembrando-se do quanto Norah chegara perto da borda da ponte. Lembrando-se das fotos que ela tirara de coisa nenhuma e da carta em seu bolso. Só o que ele queria era manter seguras as estruturas delicadas da vida dos dois, fazer as coisas continuarem como estavam. Para que o mundo não mudasse, para que o frágil equilíbrio entre eles pudesse durar.







Existem muitas maneiras de ajudar, a sua mãe havia assinalado, falando da garota como se ela não estivesse parada no vestíbulo, com seu casaco grande demais. Você pode dar dinheiro. Pode levá-la a um lugar para mães solteiras. Uma pessoa não desaparece por dias seguidos, sem dizer uma palavra, e depois aparece com uma estranha grávida. Pelo amor de Deus, David, será que você não faz a menor ideia? Nós chamamos a policia! Achamos que você estava morto!



 



- Ela é minha filha – disse Norah, arrancando as palavras de algum ponto profundo no corpo, de uma antiga mágoa há muito enterrada – Nasceu da minha carne. Proteger-me? Dizendo que minha filha tinha morrido?









Paul notou quão rentes eram cortadas as unhas dela, qual delicado era seu pulso junto à lápide de granito. As mãos de sua Irmã eram pequenas, como as da mãe deles. Paul atravessou o gramado e tocou no ombro de Phoebe, para levá-la para casa.

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