Simplesmente
Fantástico.
Cesar
Bravo, ainda estou extasiada com o seu livro, não tem como descrever, não tem
como resenhar, é fantástico.
Cesar
é um dos autores parceiros do Blog Casa de Livro, já resenhamos outras obras do
mesmo, contos magnificamente escritos, que nos renderam prazerosas leituras e
boas resenhas.
Mas
quando iniciei a leitura de Caverna de Ossos, não imaginava que o decorrer da
trama seria tão envolvente.
Fabuloso,
tão bem escrito, tão real em seus fatos e atos, que é como se estivéssemos ali,
vivenciando e presenciando fisicamente cada momento por ele escrito.
Caverna
de Ossos nos conta a história de uma ilha.
Ilha
essa misteriosa, mágica e assustadora.
Famílias
apareciam ali, da noite para o dia, com suas casas, seus tormentos, suas
histórias. Intactas.
Há
principio a confusão era arrasadora.
Como
foram parar naquele lugar?
A
casa era a mesma, suas famílias eram as mesmas.
Mas
onde estavam?
Quem
eram essas pessoas estranhas?
No
meio daquele turbilhão de acontecimentos, novidades e confusões, geradas pelos
novos habitantes da ilha. Começaram a entender como seria a rotina de seus dias
naquele inóspito lugar.
Todos
tinham seus empregos já designados. As crianças já tinham seu lugar garantido
nas escolas.
Dinheiro
era fácil ali.
As
comidas de casa eram repostas depois de consumidas.
Tudo
estava confortável.
Mas
existia um preço, ninguém poderia sair de dentro de casa ao cair da noite. Após
a sirene tocar, todos deveriam manter-se trancados.
E
quando a sirene toca... Os pesadelos são soltos.
Gritos.
Torturas.
Massacres.
Quando
a noite cai, tudo é caos.
Os
habitantes daquele lugar têm seus temores, suas raivas, seus ódios.
Exatamente
isso que a ilha trás a tona. Seus maiores fantasmas soltos, para atormentá-los.
Todos precisam ser castigados. Todos precisam pagar pelos seus crimes.
Já
não aguentam mais aquela vida. Aquele medo de não poder sair.
Querem
respostas. Querem a verdade para que possam lutar, para que possam viver.
Uns
grupos de sobreviventes se juntam para conseguir achar uma saída.
Renan,
Anne, Bill, Andrey, Rogério, Nando, Luciana e Priscila. Eles sobreviveram a
todo o terror que foi infligido até o momento. Mas não suportam mais. As
mortes, a vida despedaçada. Eles precisam encontrar uma saída. O quanto antes.
Mesmo
com todos os sinais e avisos, eles tentaram atravessar a ilha.
Mas
o outro lado era composto por desespero, dor e terror.
Nesse
instante que todos os segredos vieram à tona.
Todos
os monstros aprisionados em seu ser foram libertados.
A
ilha quer justiça, ela cobra pelos erros cometidos.
Eles
foram atrás de seu algoz e agora irão pagar pelas suas escolhas.
Qual
será o destino dessas pessoas?
Conseguirão
escapar da ilha maldita?
Serão
mortos como muitos outros que sumiram misteriosamente?
Eles
entenderão o porquê de estarem ali?
E
tudo o que viveram na ilha, será esquecido?
Bill
é um garoto extremamente especial, que conduzirá com elegância e humor todos os
momentos de tensão.
Qual
será o grande final desse inteligente garoto?
Mais
uma vez Cesar Bravo nos mostrou a força de seu nome. Conduziu-nos uma história
tão envolvente, que nos faz querer mais, saber mais sobre aquele lugar, sobre
aquelas pessoas.
Cesar,
nós da Casa de Livro, nos vamos lhe parabenizar apenas, dessa vez. Mas saiba,
estamos lhe aplaudindo de pé.
Obrigada
pela maravilhosa leitura.
Casa
de Livro Recomenda.
A morte acabou de passar por mim... Ou algo
muito, muito ruim.
Titulo:
Caverna de Ossos
Autor:
Cesar Bravo
Páginas:
465
Ano:
2013
Boa
Leitura
Casa
de Livro
Karina
Belo
Os passos continuavam rodeando a frente da
casa. Pausadamente. Sem pressa alguma ou tentativa de silêncio. O dono das
botas (pareciam botas para Renan e Andrey) continuava protegido pelo nevoeiro
absurdamente espesso que tomou rapidamente conta de tudo. Algo metálico, uma
espora talvez, tilintava. Mesmo a luz do poste de luz da frente desaparecera.
Alguma coisa uivou distante. Renan concentrou-se mais, colando o ouvido direito
à porta e ouviu alguns cochichos indiscerníveis. Gritos ecoavam de muito longe,
também novos tiros.
BAMM!
O animal arfa deixando o braço cair rente
ao bico de aço das botas do homem de chapéu. Ele abaixa com alguma dificuldade,
apanha o braço, retira o anel colocando-o em seu bolso dianteiro e atira a peça
para longe. O antebraço o lembra de um bumerangue que vira na tevê. O coto roda
e roda rompendo pingos de chuva até cair no mar. O membro não aparecerá
novamente, ele irá para a caverna dos ossos como tudo que cai na praia. E
ninguém consegue entrar ali sem um guia; talvez os morcegos. O vai e vem das
marés duram apenas alguns minutos enterrando junto com os ossos, brinquedos,
garrafas de plástico e quem ousa desafiar a morte.
Com uma respiração profunda, Marcos aceitou
a mão estendida de Isaac. Dona nuvem sorriu satisfeita e envolveu-os num abraço
frio, tornando suas consistências tão fluidas quanto à dela. Marcos sentiu mais
medo. Em seguida dor nos olhos com a luz brilhante que o impediu de saber onde
estava. Havia vozes também, muitas delas. Parecia uma tremenda confusão. Alguém
chorava aos soluços. E ele adormeceu.
Mas Uni não vai te ouvir dessa vez...
Não ainda. Temos contas a acertar e o velho
não vai te proteger nessa.
Acorda, Bill! Nessa ilha ninguém morre
inocente. Nem mesmo a mamãe, garotão. Sabe o que a sua mamãe fez? Aposto que
não, e aposto que essa vadia nunca vai ter peito para contar a verdade. É bem
se conformar, rapazinho. E é bom ficar fora do nosso caminho...
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