R.J.
Palacío escreveu um livro que tocou meu coração de forma única.
Com
certeza uma história que estará gravada em mim eternamente.
Extraordinário
é uma obra extraordinária, assim como o próprio nome diz. Consegue nos passar
uma emoção singular, de forma leve, mas sempre real.
Contando
a história de August um garoto que nasceu com uma deformidade fácil, causada
por uma combinação de genes.
Mas
que não deixou de ser ele mesmo, de cativar as pessoas ao seu redor, e de mostrar
que tem muito valor no mundo.
Auggie,
como era carinhosamente chamado por seus familiares e amigos, iria enfrentar
mais um desafio em sua vida. Com seus dez anos de idade, pela primeira vez,
iria estudar em uma escola.
August
vivia em um lar feliz, repleto de amor e companheirismo. Seus pais eram sua
força, e proteção. Sua irmã Olivia, alguns anos mais velha, era compreensiva e
amava o irmão que tudo no mundo.
Com
dez anos, Auggie já passou por mais de vinte cirurgias. Mas nada abalou a sua
vontade de viver.
Era
sim, muito difícil. Ele enfrentava os olhares assustados, enojados e
horrorizados das pessoas constantemente. Mas ele tinha o apoio de sua família,
das pessoas que o amavam. Não tinha muitos amigos, isso é certo, mas os dois
que faziam parte de sua vida já bastavam.
Auggie
tinha aulas em casa, sua mãe o ensinada. Mas ela não era professora, e já
estava em um momento em que o garoto precisava de uma educação acadêmica como
todo mundo.
Por
mais que ele pedisse para não ser matriculado, seus pais sabiam que seria o
melhor. E assim ocorreu.
Pela
primeira vez, Auggie iria ingressar no quinto ano da escola Beecher Prep.
Alguns
dias antes do início do ano letivo, o diretor da instituição, o Sr. Buzanfa,
convidou alguns alunos que acreditava serem gentis, para mostrar o colégio ao
garoto.
A
principio eles não conseguiam olhar diretamente para o rosto de August. Mas
foram se acostumando aos poucos, durante o passeio pela instituição.
Charlotte
era uma garota gentil, que tentou de todas as formas fazer com que Auggie se
sentisse bem e confortável, mesmo ela não estando se sentindo assim.
Jack
era gentil por si só. Ele olhava diretamente para o rosto do garoto, para seus
pequenos olhos. Foi o único que logo de início sabia que Auggie era como todos
os outros garotos, apenas com uma aparência distinta.
Julian,
por outro lado, era gentil na frente dos adultos. Mas um covarde com as
crianças. Desde o primeiro dia, só queria caçoar e provocar o pequeno August.
Foi cruel de muitas formas, e tentou em todos os sentidos, colocar todos os
alunos contra ele.
Os
dias foram uma batalha constante.
Muitas
coisas acontecerão no colégio.
Auggie
teve dias de alegrias sim, fez amigos verdadeiros que estavam dispostos a
ajudá-lo e a zelar por essa amizade.
Mas
ele sabia de sua aparência, foi difícil andar pelos corredores da instituição e
ter todos aqueles olhares voltados para ele.
Enfrentar
o choque dos professores no primeiro dia de aula.
Enfrentar
as provocações de Julian de cabeça erguida.
Pensou
sim em desistir, mas sabia que a covardia não iria levá-lo a lugar algum.
Mas
Auggie conseguiu provar para as pessoas o quão especial, inteligente, criativo
e engraçado ele era.
Que
realmente era um bom amigo.
Despertou
nas pessoas os mais distintos sentimentos.
Mas
mostrou a todas elas o seu valor, a sua força.
Uma
obra encantadora que nos faz refletir sobre como estamos tratando o próximo.
Como
nos portamos quando estamos perto de pessoas diferentes.
Uma
história contada por uma criança que sofre os mais tipos de preconceitos, que é
chamado dos mais cruéis apelidos, que é ciente da sua estranheza e deslocamento
no mundo. Mas que é gentil e sempre será. E que tem a capacidade de ensinar
isso a todos ao seu redor.
Auggie
é simplesmente, Extraordinário.
Qual
será o desfecho dessa história?
Quais
foram às batalhas que ele enfrentou durante todo o ano?
Quais
seus maiores medos?
Um
livro que todos deveriam ser obrigados a ler.
Casa
de Livro Recomenda.
Titulo:
Extraordinário
Titulo
Original: Wonder
Autora:
R.J. Palacío
Ano:
2012
Páginas:
318
Editora:
Intrínseca
Boa
Leitura.
Casa de Livro.
Karina Belo.
A questão é que, quando eu era pequeno,
nunca me incomodava em conhecer outras crianças porque todas elas também eram
pequenas. O legal de crianças pequenas é que elas não dizem coisas para tentar
magoar você e, mesmo que às vezes façam isso, não sabem o que estão falando.
Quando elas crescem, por outro lado... Sabem muito bem o que estão dizendo. E
isso, definitivamente, não é divertido para mim. Um dos motivos para eu ter
deixado meu cabelo crescer no ano passado é que gosto como a franja cobre meus
olhos: isso me ajuda a tampar as coisas que não quero ver.
Não sei o que Jack respondeu por que saí da
sala sem que ninguém percebesse que eu tinha estado ali. Meu rosto parecia
estar em chamas enquanto eu descia as escadas. Estava suando por baixo da
fantasia. E comecei a chorar. Não pude evitar. As lágrimas eram tão grandes que
eu quase não conseguia enxergar, mas não dava para secá-las por causa da
máscara. Estava procurando um espacinho onde eu pudesse desaparecer. Queria
poder cair em um buraco: um pequeno buraco negro que me engolisse.
Tudo ficou muito confuso depois disso.
Alguém me puxou pela manga da roupa e gritou “corre”!, Ao mesmo tempo outra
pessoa gritou “Atrás deles”!,e, por alguns segundos, duas pessoas ficaram
puxando meu casaco em direções opostas. Ouvi os dois praguejando, até que o
casaco se rasgou e o primeiro garoto agarrou meu braço e começou a me puxar
atrás dele enquanto corríamos o mais rápido possível. Eu ouvia os passou nos
perseguindo, as vozes gritando, as garotas berrando, mas estava escuro demais e
eu não sabia de quem eram as vozes, só que tudo parecia estar debaixo d’água.
Corríamos como loucos, e estava um breu, e, sempre que eu começava a diminuir a
velocidade, o garoto que estava me puxando gritava: “Não pare!”.
- “Mais gentil que o necessário” – repetiu.
– Que frase maravilhosa, não é? Mais gentil que o necessário. Porque não basta
ser gentil. Devemos ser mais gentil do que precisamos. Adoro essa frase, essa
ideia, porque ela me lembra de que carregamos conosco, como seres humanos, não
apenas a capacidade de ser gentil, mas a opção pela gentileza. O que isso
significa? Como isso é medido? Não podemos usar uma régua. É como eu estava
dizendo antes: a questão não é medir quanto vocês cresceram este ano. Não dá
para quantificar com precisão, não é? Como sabemos que fomos gentis? O que é ser
gentil, a propósito?
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