A Batalha do Apocalipse, obra escrita por Eduardo Spohr. Um jornalista brasileiro, que consegue nos mostrar todo o seu talento para ficção. Misturando fatos bíblicos, históricos e uma ficção fantástica de tirar o fôlego. Eduardo consegue nos prender totalmente. Obra dividida em três partes, que nos conta a história de Anjos, Demônios e os Humanos, meros mortais que vivem na Terra e estarão em meio a uma guerra sangrenta, que será realizada entre os anjos.
A história gira em torno de Ablon. Anos antes, o céu ou o chamado Paraíso celeste foi palco de um terrível levante entre os Arcanjos, os Querubins e todas as castas que ali viviam.
Ablon, o anjo renegado se tornou o Primeiro General do reino, e seu objetivo era acabar com o Arcanjo Miguel, o príncipe dos anjos.
Miguel tramou para acabar com a humanidade. Os seres humanos eram como lixo pra ele. Após o sexto dia, quando Deus descansou, Miguel tomou o poder e toda tirania deu-se início.
Quando Ablon descobriu os desejos do Príncipe dos Anjos, se rebelou contra o tirano. Porém sem um preparo para o combate, ele e seus amigos que abraçaram sua luta, foram vencidos e expulsos do reino do céu. O castigo? Viver exilados na Terra, anjos renegados que nunca mais terão paz.
Ablon passa anos vagando, tentando descobrir um meio de salvar a raça humana. Protegendo e fazendo amigos, e também inimigos, por onde passa.
Quando ele conhece Shamira, tudo muda dentro de si. Por estar vivendo na Terra, os renegados foram materializados em avatares humanos, agora eles conseguem sentir o mesmo que nós, amor, ódio, paixão, raiva.
Shamira conseguiu despertar os mais sublimes e puros sentimentos dentro do peito do Renegado. Ela será o motivo de sua luta, ela será o motivo de seu heroísmo.
A Feiticeira de Em-Dor, Shamira, abdicou de sua mortalidade, para viver por Ablon. Ela sonha com um momento de paz, em que os dois poderão ficar juntos, sem nada a separá-los.
Mas as vida de Ablon não é assim tão fácil. Mesmo exilado no mundo humano, ele é perseguido pelos guerreiros de Miguel, porém os demônios caídos, que vivem a mercê de Lúcifer, a Estrela da Manhã, também querem derrotar o Primeiro General.
Durante sua peregrinação, Ablon sofre vários atentados a sua vida. Todos ao seu redor também sofrem com a perseguição ao Anjo. Seus amigos, que também foram expulsos do Paraíso Celeste, morrem lentamente.
E Shamira é perseguida, e pode vir a morrer, por sua causa.
Mas o Primeiro General não poderia imaginar, que O Mestre do Fogo, Arcanjo Gabriel, estaria ao seu lado.
Após séculos de espera, Ablon tem seu momento de triunfo. A Batalha do Apocalipse esta prestes a acontecer, e por ter vivido tanto tempo no mundo humano, desarmado e combatendo os seres celestiais e demoníacos sozinho, ele é o único que conseguiu adquirir força e coragem para acabar com Miguel.
A queda se inicia quando a Criança Sagrada, Jesus, tem sua história na Terra.
Nesse momento o Primeiro General é apresentado a respostas, e descobre segredos únicos, que ele nunca poderia imaginar.
Batalhas alucinantes são travadas. Somos transportados para um mundo celeste incrivelmente belo. Fazemos amizades com arcanjos, querubins, ishins e muitas outras espécies que ali habitam. Sofremos com suas mortes, vibramos com sua vitória, e lutamos ao lado de Ablon, o Guerreiro Renegado.
Miguel usa Shamira para atrair o Guerreiro. Mas terá uma surpresa com o preparo do Anjo.
Qual será o desfecho da batalha épica?
Os anjos saíram vitoriosos?
Os demônios comandados por Lúcifer conseguirão derrotar Ablon?
Shamira conseguirá sobreviver para viver ao lado de seu General amado?
Eduardo Spohr conseguiu nos transmitir através de palavras os mais distintos sentimentos. Em meio a lutas, armadilhas e romances, é como se estivéssemos vivendo em cada época ali descrita.
O começo do livro, por retratar diversas culturas, épocas, e uma infinidade de personagens, acaba sendo um pouco confuso, mas nada que o talentoso autor não consiga nos fazer entender no decorrer das páginas.
Uma história que todos devem apreciar e não apenas ler. Uma Batalha que ficará marcada eternamente em sua memória.
Casa de Livro Recomenda.
Mas a verdade perfeita só existe na mente de cada um.
Titulo: A Batalha do Apocalipse
Autor: Eduardo Spohr
Ano: 2007
Páginas: 586
Editora: Verus
Boa Leitura.
Casa de Livro.
Karina Belo
– Veja aonde você nos levou e pergunte a si mesmo se é realmente algum tipo de líder. Gabriel arrastou metade dos nossos anjos para uma guerra civil contra nós, e Rafael nos abandonou, caindo em desgraça. Se você se opuser a mim, que outro arcanjo terá ao seu lado? Lúcifer? – ironizou, evocando o nome do maior de todos os inimigos do céu: Lúcifer, o Arcanjo Sombrio, expulso pelo próprio Miguel do paraíso, com sua horda nefasta.
O amor é uma tolice. Ele nos torna fracos, vulneráveis. O amor é uma ilusão passageira, fadada há terminar um dia. Só os imbecis se rendem a tais sentimentos. O amor por si é o único amor verdadeiro, porque no fundo todos nós, homens, anjos ou demônios, somos egoístas ao extremo. Quando amamos alguém, é porque assim nos sentimos felizes, e não ao contrario.
A membrana mística, a película invisível que separa o mundo físico do espiritual, fora abalada, lançando ao plano material dois visitantes, duas entidades tão fortes quanto o general exilado. Uma delas se materializara a distância e permanecia parada sobre a grade de ferro que circulava a base da estátua. Emanava uma aura terrível, maléfica, cheia de ódio e furor. O segundo era amistoso e não desejava combate. Apareceu ali perto, por cima do ombro do Cristo, próximo ao anfitrião renegado. Coxo, caminhou ao encontro do anjo guerreiro, apoiado em uma bengala afiada.
– Ablon, o Anjo Renegado – sussurrou o forasteiro, evocando o verdadeiro nome do general. – Imaginei que o encontraria aqui. De certa forma, não deixa de ser irônico...
Ablon ajeitou sua armadura dourada, uma couraça peitoral coruscante. As armaduras completas, com placas por todo o corpo, estavam reservadas aos príncipes de casta e aos insuperáveis arcanjos – Balberith, o líder da ordem dos anjos guerreiros, tinha uma couraça completa. Depois, o general apertou a fivela do cinto e desceu a mão à bainha, só para sentir o conforto de sua espada mística, a Vingadora Sagrada. Para os querubins, mestres da luta, a espada é uma parte do corpo, um acessório indispensável à batalha. Eles nunca esquecem suas armas e se sentem incompletos sem elas.
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