Elogio da Loucura por Erasmo de Roterdão.
O Elogio da Loucura
Sua principal obra foi o Elogio da Loucura, que foi dedicada ao seu amigo sir thomas more. é um ensaio escrito em 1509 e publicado em 1511. Este livro é considerado um dos mais influentes livros da civilização ocidental e um dos catalisadores da reforma protestante.
O ensaio é repleto de alusões clássicas, escritas no estilo típico dos humanistas do Renascimento. A Loucura se compara a um dos deuses, filha de Plutão e Frescura, educada pela Inebriação e Ignorância, cujos companheiros fiéis incluem Philautia (amor-próprio), Kolakia (elogios), Lethe (esquecimento), Misoponia (preguiça), Hedone (prazer), Anoia (Loucura), Tryphe (falta de vontade), Komos (destempero) e Eegretos Hypnos (sono morto).
Monumento à Erasmo de Roterdã (Holanda) fonte: depositphotos |
O Elogio da Loucura conheceu um enorme êxito popular, para surpresa de Erasmo e, também, para seu desgosto. O Papa Leão X achou a obra divertida. Antes da morte de Erasmo já havia sido traduzida para o francês e alemão. Uma edição de 1511 foi ilustrada com gravuras em madeira de Hans Holbein, que se tornaram as ilustrações da obra mais difundidas.
A obra influenciou a essência da retórica durante o século XVI, e a arte da adoxografia (o elogio imerecido de pessoas ou coisas sem valor, vulgares) e se converteu em um exercício popular entre os estudantes isabelinos.
Trechos do livro : ( L&PM disponibiliza as primeiras 7 páginas para apreciação em seu site oficial)
"Digam de mim o que quiserem (pois não ignoro como
a Loucura é difamada todos os dias, mesmo pelos que são
os mais loucos), sou eu, no entanto, somente eu, por minhas
influências divinas, que espalho a alegria sobre os deuses e
sobre os homens.
De fato, desde que apareci nesta numerosa assembleia,
desde que me dispus a falar, não vi de repente brilhar em vossas
faces um contentamento vivo e extraordinário? Não vi vossas
frontes se desfranzirem imediatamente? E as gargalhadas que
se fazem ouvir de todos os lados, não anunciam o delicioso
contentamento que se apoderou de vossos corações e o prazer
que vos causa minha presença? Quando vos considero agora,
parece-me ver os deuses de Homero embriagados de néctar e
de nepentes2
, enquanto antes permanecíeis aí tristes e inquietos, como pessoas saídas há pouco da caverna de Trofônio.
Tal como o astro brilhante do dia, quando seus primeiros raios
dissipam as trevas que cobriam o horizonte, ou tal como a
primavera quando, após um rigoroso inverno, traz de volta
consigo a doce aragem dos Zéfiros: tudo se transforma em
seguida na terra, um colorido mais brilhante embeleza todos
os objetos, e a natureza rejuvenescida oferece a nossos olhos
um espetáculo mais agradável e mais risonho: assim minha
presença produziu de repente em vossas fisionomias a mudança mais ditosa. O que grandes oradores têm dificuldade de
fazer com discursos longos e estudados, esta simples presença
o fez num instante: tão logo me vistes, vossas inquietações
se dissiparam."
L&PM Editora
136 páginas
Edição: outubro de 2013
Boa leitura
Casa de Livro.
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