27 de out. de 2021

Elogio da Loucura por Erasmo de Roterdão.

Elogio da Loucura por Erasmo de Roterdão.


Erasmo de Roterdão ou Roterdã (Roterdão, 28 de outubro de 1466),nascido Gerrit Gerritszoon ou Herasmus Gerritszoon (em latim: Desiderius Erasmus Roterodamus), foi um teólogo e filósofo humanista neerlandês que viajou por toda a Europa, como Portugal, Inglaterra, Itália, Espanha, Croácia, Bulgária, Dinamarca e outros.

O Elogio da Loucura

Sua principal obra foi o Elogio da Loucura, que foi dedicada ao seu amigo sir thomas more. é um ensaio escrito em 1509 e publicado em 1511. Este livro é considerado um dos mais influentes livros da civilização ocidental e um dos catalisadores da reforma protestante.

O ensaio é repleto de alusões clássicas, escritas no estilo típico dos humanistas do Renascimento. A Loucura se compara a um dos deuses, filha de Plutão e Frescura, educada pela Inebriação e Ignorância, cujos companheiros fiéis incluem Philautia (amor-próprio), Kolakia (elogios), Lethe (esquecimento), Misoponia (preguiça), Hedone (prazer), Anoia (Loucura), Tryphe (falta de vontade), Komos (destempero) e Eegretos Hypnos (sono morto).

Monumento à Erasmo de Roterdã (Holanda)
fonte: depositphotos

O Elogio da Loucura conheceu um enorme êxito popular, para surpresa de Erasmo e, também, para seu desgosto. O Papa Leão X achou a obra divertida. Antes da morte de Erasmo já havia sido traduzida para o francês e alemão. Uma edição de 1511 foi ilustrada com gravuras em madeira de Hans Holbein, que se tornaram as ilustrações da obra mais difundidas.

A obra influenciou a essência da retórica durante o século XVI, e a arte da adoxografia (o elogio imerecido de pessoas ou coisas sem valor, vulgares) e se converteu em um exercício popular entre os estudantes isabelinos.

Trechos do livro : ( L&PM disponibiliza as primeiras 7 páginas para apreciação em seu site oficial)

"Digam de mim o que quiserem (pois não ignoro como

a Loucura é difamada todos os dias, mesmo pelos que são

os mais loucos), sou eu, no entanto, somente eu, por minhas

influências divinas, que espalho a alegria sobre os deuses e

sobre os homens.

De fato, desde que apareci nesta numerosa assembleia,

desde que me dispus a falar, não vi de repente brilhar em vossas

faces um contentamento vivo e extraordinário? Não vi vossas

frontes se desfranzirem imediatamente? E as gargalhadas que

se fazem ouvir de todos os lados, não anunciam o delicioso

contentamento que se apoderou de vossos corações e o prazer

que vos causa minha presença? Quando vos considero agora,

parece-me ver os deuses de Homero embriagados de néctar e

de nepentes2

, enquanto antes permanecíeis aí tristes e inquietos, como pessoas saídas há pouco da caverna de Trofônio.

Tal como o astro brilhante do dia, quando seus primeiros raios

dissipam as trevas que cobriam o horizonte, ou tal como a

primavera quando, após um rigoroso inverno, traz de volta

consigo a doce aragem dos Zéfiros: tudo se transforma em

seguida na terra, um colorido mais brilhante embeleza todos

os objetos, e a natureza rejuvenescida oferece a nossos olhos

um espetáculo mais agradável e mais risonho: assim minha

presença produziu de repente em vossas fisionomias a mudança mais ditosa. O que grandes oradores têm dificuldade de

fazer com discursos longos e estudados, esta simples presença

o fez num instante: tão logo me vistes, vossas inquietações

se dissiparam."


L&PM Editora

136 páginas

Edição: outubro de 2013


Boa leitura

Casa de Livro.

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