Primeiramente, nós da Casa
de Livro, gostaríamos de agradecer ao autor Antonio Mello por nos enviar um
exemplar, de uma obra incrível, que nos conecta com uma história peculiar, e
irresistível.
Madame Flaubert, uma obra
que brinca com a história de Madame Bovary nos remonta a um romance dentro de
outro romance.
Antonio Mello nos conta a
sua história em dois pontos de vista, personagens distintos, que de alguma
forma terá sua vida ligada, por algum evento da história.
Ema sempre foi uma menina ambiciosa, estudando em um colégio de freiras, ela seduziu Marina, uma amiga que estudava no mesmo local. Marina sempre foi rica, de família importante. Tudo o que Ema sempre sonhou.
Agora depois de anos passados,
ela se casa com Carlos B., Ema imaginou que ele iria crescer na vida, tornar-se
rico e dar uma vida privilegiada a mesma. Mas nada disso aconteceu. A esposa
sempre jogou na cara de Carlos que era um fracassado, que ela só tinha aquela
vida medíocre por sua culpa.
Carlos que sempre fez de
tudo por aquela mulher, que a amou incondicionalmente, que parou de beber para
poder dar uma vida melhor a ela, se sentia culpado pelos desejos da esposa.
Essa mania de grandeza, de querer ser rica, ainda iria acabar com a vida de
Ema, mesmo ele a protegendo ela iria se afundar.
As vésperas da eleição que
tem como mais forte candidato
Fernando Collor, ela se aproxima novamente de Marina. Ema sabe que o marido de sua amiga trabalha com Collor, e o político é seu príncipe, a pessoa que ela escolheu para usar até atingir seu caminho de glória. Mas Ema não poderia imaginar o que estava por vir.
Fernando Collor, ela se aproxima novamente de Marina. Ema sabe que o marido de sua amiga trabalha com Collor, e o político é seu príncipe, a pessoa que ela escolheu para usar até atingir seu caminho de glória. Mas Ema não poderia imaginar o que estava por vir.
Sua vida virou um caos, e
a única pessoa que esteve ao seu lado foi... Carlos.
O que aconteceu com essa
história COLLORida de Ema?
Em contrapartida, Antonio
Mello nos escreve sobre personagens irônicos, e inesquecíveis. Um grupo de
roteiristas que tem como “mente brilhante”, Antônio C., ou melhor, AC.
AC é um escritor que se
afundou na bebida e nas drogas. Sempre alterado, não consegue terminar um
romance, aonde vem trabalhando com afinco, porém sem sucesso. Antonio usa
elementos da realidade em seu romance, para ele tudo é literatura.
Sempre bêbado, não
consegue mais discernir o que é real ou ficção, de certa forma se apoia nos
colegas para encontrar um pouco de verdade em sua vida.
Juntamente com seus
amigos, ele vai escrevendo seu romance, onde seus personagens são pessoas
reais.
Ele luta contra ele mesmo,
e contra os efeitos das drogas para terminar seu romance.
Cada personagem da
história tem suas crises, vícios e sonhos.
Todos destruídos de uma
forma eletrizante.
Histórias que vão se
ligando na obra, e no fim recebem um mesmo destino.
Antonio Mello utilizou de
fatos que nós conhecemos pela mídia, como quando Collor é eleito e depois
deposto, como a filha de Glória Perez que morre assassinada pelo autor que
trabalhava com ela.
De certa forma, em Madame Flaubert o leitor se sente parte da obra, se sente vivo junto com cada personagem ali descrito. Torce e tenta adivinhar qual será o seu destino.
De certa forma, em Madame Flaubert o leitor se sente parte da obra, se sente vivo junto com cada personagem ali descrito. Torce e tenta adivinhar qual será o seu destino.
Parabéns Antonio Mello
pela obra tão bem trabalhada que nos proporciona uma viagem literária única. E
o obrigada do Blog Casa de Livro, por nos presentear com um exemplar.
Qual será o destino de Ema
B.?
AC conseguirá finalizar
seu romance?
Qual caminho os
personagens da trama traçarão?
Uma obra que todos devem
ler.
Casa de Livro Recomenda.
Um prazer de encaixar as palavras umas
nas outras, esse roçar erótico de letras e sentenças.
Titulo: Madame Flaubert
Autor: Antonio Mello
Páginas: 191
Ano: 2013
Editora: Publisher
Boa Leitura,
Casa de Livro Blog.
Karina Belo.
Se
o incauto soubesse onde esse convite o levará, provavelmente não o entregaria a
ela. Se ao passar para as mãos de Ema o pequeno envelope, o adicto tivesse
noção da enxurrada de fatos novos que virarão sua vida de pernas para o ar,
talvez houvesse ficado quieto ouvindo pacientemente a ladainha Collorida da
mulher. Mas ele fez o gesto, e irá se arrepender disso pelo resto de seus dias.
Da
turma de roteiristas, Antônio C. não foi convidado para a reunião porque não
deixaria ninguém se concentrar, com suas tiradas de humor. Fred G. não pôde ir,
alegou outro compromisso. Lauro F. também. O compromisso: os três ficaram
bebendo no Botequim, enquanto analisavam um texto de Lauro F. em que um neném
era torturado com um ferro de passar roupas.
Mais
uma vez, pensava Ema, seu destino estava colado ao de Collor: ambos não tinham
nada, portanto, não havia nada a temer. E com esse sentimento ela foi ao
encontro do motorista, que a aguardava na esquina – conforme determinação dela
ao telefone.
Já
habitualmente estranho e meio fora de eixo, Lauro está tremendamente abalado
com o assassinato. Liga-o aos fatos que vinha mostrando, reunião após reunião,
a todos do grupo, em noticias de jornais que recortava: acontecimentos da
literatura – ou da ficção, para ser mais abrangente – estavam interferindo na
realidade. O espaço que delimitava as duas áreas já não mais existia.
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