18 de set. de 2014

O RETRATO DE DORIAN GRAY - Oscar Wilde.


Oscar Wilde nos deixou como herança uma das mais belas obras que compõe o cenário literário do mundo.
A obra intitulada “O Retrato de Dorian Gray” nos leva para um mundo totalmente distinto do que conhecemos hoje.
A obra nos faz explorar o nosso psíquico, tentando encontrar traços ou referência que o autor faz, em cima de seus personagens centrais.
Uma trama maravilhosa que aborda questões como efemeridade da beleza, a amizade e valores morais.
Dorian Gray é um jovem dotado de uma beleza fora do comum que encantam e paralisam a todos.


Sua beleza tão especial, única e infantil, acaba por inspirar Basil Hallward, um grande pintor que deseja descobrir sua forma de pintar, seu grande sonho é fazer a melhor pintura de sua vida.
Dorian virá portanto o seu modelo exclusivo, e Basil consegue através dessa beleza e influência do jovem, criar a sua melhor obra.
Obra essa que será o maior orgulho, e também o maior tormento da vida de Dorian Gray.
É através de Basil que Dorian conhece Lorde Henry Wottom, amigo que irá entrar na mente do garoto, influenciando-o e deturpando as escolhas de sua vida.
Lorde Henry é um perverso, um aristocrata da sociedade britânica que resolve mostrar ao rapaz que a sua beleza e juventude devem ser aproveitadas. O máximo possível, Dorian não deve se preocupar com ninguém além dele mesmo, deve viver e fazer tudo o que tem vontade.
Gray passa a ter um modo de vida totalmente inescrupuloso, sem culpas, remorosos, pecados.


O jovem está tão perdido em suas ações e em sua beleza que faz um pedido ao quadro.
Dorian Gray pede que a pintura envelheça em seu lugar, para que ele possa permanecer jovem e belo para sempre.
Ele não poderia imaginar as consequências que esse pedido iria ter sobre sua vida. Sobre suas escolhas. Sobre seu futuro.
Henry se torna cada vez mais necessário na vida de Dorian. O rapaz busca uma vida cheia de surpresas e adrenalina, e seu mais novo amigo o ajuda a ser menos tímido e o transforma em um homem inconsequente em seus atos, usando sempre a beleza para alcançar o que deseja.
Mas o quadro pode denunciá-lo.
Pode provar que suas escolhas, seus atos, seus desejos são indignos.
Dorian precisa ocultá-lo da sociedade. Mas uma revelação cairá sobre seus ombros. Uma verdade que pode revelar toda a sua doença mental, todo o seu psíquico fragilizado.
Dorian Gray deixará que seu segredo seja revelado?
Poderá um homem tão soberbo pagar pelos seus crimes e atos irresponsáveis?
Basil pagará o preço por tê-lo retratado?


Oscar Wilde nos propõe na obra, a superficialidade dos conceitos pessoais em relação aos outros.
As vidas das pessoas giram em torno da aparência. Apenas a beleza exterior é o que importa.
O julgamento, a discussão entre o bem e o mal, o moral e o imoral, até onde uma pessoa consegue ir para satisfazer seus desejos? Tudo isso é discutido na trama, de uma forma brilhante e totalmente envolvente.
Casa de Livro Recomenda.


Porque influenciar uma pessoa é lhe dar nossa própria alma. Ela deixa de pensar seus pensamentos naturais ou arder com suas paixões naturais.

Titulo: O Retrato de Dorian Gray
Titulo Original: The Picture of Dorian Gray
Autor: Oscar Wilde
Páginas: 215
Ano: 1890
Editora: Martin Claret

Boa Leitura
Casa de Livro

Karina Belo
  


Quando nos autocensuramos, temos a sensação de que mais ninguém tem o direito de nos censurar. É a confissão, e não o sacerdote, que nos dá a absolvição.

 

Realmente, quando se observa a vida no seu crisol de dor e de prazeres, não é possível cobrir o rosto com uma máscara de vidro nem impedir que os vapores sulfurosos nos ofusquem o cérebro e nos turvem a imaginação com fantasias monstruosas e sonhos disformes. Há venenos tão sutis que, para conhecê-los, cumpre experimentá-los. Há males tão estranhos que, pra lhes entender a natureza, é preciso contraí-los. Ainda assim, que grande recompensa recebe o observador! Em que maravilha se torna o mundo aos seus olhos! Notar a lógica singular e inflexível da paixão, a vida colorida e emotiva da inteligência... Verificar onde se cruzam e onde se apartam, que delícia! Que importava o custo? Não há preço demasiado alto para semelhante sensação.

 

Porque influenciar uma pessoa é dar a ela a própria alma. Ela passa a não pensar com os pensamentos naturais. As virtudes que possui deixam de ser; para elas, reais. Os pecados que comete, se é que existem pecados, são todos tomados por empréstimo. Ela se torna eco da música de outrem, ator um de papel não escrito para ela.

 

No mundo da banal realidade, os maus não eram punidos, nem os bons recompensados. O triunfo era concedido aos fortes, o fracasso imposto aos fracos.

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