Shri
Damodara, uma autora que nos presenteou com um exemplar de sua obra, Karolina
Machado.
Agradecemos
a autora, por uma obra tão especial, realista e emocionante que honrosamente
pudemos ler.
Karolina
Machado é uma obra que retrata espetacularmente, os prostíbulos brasileiros, a
vida no interior, e o preconceito da população.
Karolina
Machado é uma garota linda, inteligente e forte. Determinada ela tenta de todas
as formas mudar a sua história a sua vida.
Sua
mãe se chamava Carolina, uma prostituta que morreu ao dar a luz, mas que fez um
último pedido. Que sua filha se chamasse Karolina, com K, Karolina Machado.
A
garota foi criada por Conceição, uma prostituta que lutou para dar uma vida
digna a Karolina, mesmo vivendo nas condições em que se encontravam. Na cidade
de Monte Belo, as mulheres do prostíbulo eram tratadas como lixo, e ela não
queria essa vida miserável para sua protegida.
Mas
nada seria fácil para essas duas. Os anos se passam e Karolina se torna uma mulher
linda, segura e pronta a enfrentar todos os desafios que a vida lhe impõe.
Mas
sua vida muda drasticamente quando Conceição descobre que esta doente. E a
morte é rápida.
Ela
se vê então sozinha, a enfrentar uma vida que não conhece, uma vida que não lhe
pertence.

Karolina
passa a ser usada por Marcondes, um rapaz pelo qual ela foi perdidamente
apaixonada. Seu primeiro amor.
Quando
ela percebe, já é uma prostituta. Entrou para uma vida a qual Conceição tanto
lutou para afastá-la.
Confiou
em pessoas que apenas mentiram, riram de Karolina.
Apaixonou-se
por vários de seus fregueses, de formas distintas. Ela esta ali para
distraí-los, para dar o que eles mais desejam.
Mas
quando Zé Fernandes, um professor sensível e apaixonante, entra em sua vida.
Karolina descobre que o prostíbulo não faz parte dela, não faz parte de sua
história futura, e não fará parte da vida de seu filho.
Mas
Zé Fernandes é casado, e uma grande tragédia irá acontecer entre esse triângulo
amoroso, que fará Karolina abandonar sua casa, seu passado e ir à busca de um
lugar novo.
Ela
passa então a escrever uma nova história, com muitos problemas sim, mas sempre
com um sorriso no rosto. Agora ela está livre de todas as pessoas que a usaram.
Livre de um passado sujo que ela tanto repudiava e livre de uma vida sem
dignidade.
Qual
será o destino de Karolina Machado?
Qual
o fim de Marcondes? Ele irá atrás dela?
Zé
Fernandes abandonará sua vida para ficar com uma prostituta?
Uma
história que me encantou do começo ao fim, que mostrou a destruição que o
preconceito causa.
Uma
obra fantástica, que todos devem ler.
Casa
de Livro Recomenda.

“Sou
uma prostituta. Dou aos homens o que eles precisam.
Amor,
humor, aventura.”
Titulo:
Karolina Machado
Autora:
Shri Damodara
Ano:
2013
Páginas:
156
Editora:
Clube de Autores
Boa
Leitura.
Casa
de Livro.
Karina Belo.
Karolina, desconcertada, voltou os olhos ao
chão. Porque preferiu o silêncio. Ela não podia contar a sua história e seus motivos
para aquele homem. Sabia que não era hora de apanhar episódios e experiências,
feito se apanha os cacos cortantes de uma jarra de vidro, para começar
colá-los, um a um, em busca de uma unidade e sentido para as coisas. Aquele
gentil senhor, que partisse tranquilo. Ela estava mesmo fazendo algo
extremamente necessário. Era preciso continuar. Apesar da sincera advertência.
Marcondes se levantou, exasperado.
“Karolina, eu acho que você está enfeitando
as coisas. Quer dizer. Só pode estar. Você é linda. É diferente dessas meninas
todas. Mas eu nunca disse que queria me casar. Aliás, eu nunca vou me casar com
ninguém! Escute, bonitinha, eu não sou homem para você! E ainda bem que não
aconteceu nada de fato entre nós... Porque e se tivesse acontecido? Você bem
que era capaz de exigir compromisso, não
é, espertinha, me colocando na forca! Adeus, Karolina. Compromisso, comigo?
Enlouqueceu!”

Antônia abriu a porta lentamente, para que
ninguém acordasse. Karolina enrolou-se num lençol. Lá fora, noite fria. O cãozinho
miúdo, que dormia aninhado na calçada, sacudiu a calda porque reconheceu sua
senhora.
“O que foi, Antônia?”
“Veja.”
Antônia sentou-se sob a mangueira. Karolina
o fez também.
E juntas, olharam as estrelas. O céu, um
espetáculo aberto e puro.
“O que vê, Karolina?”
“O mundo.”
“Não Karolina, é Deus.”
“A morte aparecendo neste exato momento,
junto-me a ela com o maior orgulho e devoção. Da vida, conquistei minha consciência.
Da vida, pude sair de meus próprios cativeiros. Meu sobrenome Machado, minha
mãe não me legou à toa.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente: