Parceria
formada com o autor Breno Melo.
Sua
obra nos mostra todo o talento desse jovem autor que promete estampar seu nome
no ramo literário.
A história mescla eventos emocionantes com um bom humor indescritível.
Breno
consegue a cada página encantar o leitor de uma forma distinta. Não se consegue
parar de ler esse “livrinho”, como muitas vezes é chamado pelo autor, mas posso
garantir, que é uma grande obra, um livro completo.
“A
Garota Que Tinha Medo”, nos mostra a vida de Marina. Uma garota simples que
mora no Paraguai com sua família.
Leva
uma vida pacata, sem muitos acontecimentos que poderiam fazer dela a garota mais
popular da região.
Porém muito querida e amada pelos seus verdadeiros amigos e familiares.
Marina
sofria grande pressão de si mesma e também de sua mãe, as vésperas do
vestibular, varava noites adentro estudando sem descanso para entrar na
faculdade de sua escolha.
Não
que tenha negligenciado sua saúde física e mental, longe disso, fazia suas
pausas quando necessário. Mas a maior parte do seu tempo era sim, estudando.
Sua
única válvula de escape era a internet e a fotografia. Por meio dessas paixões
conheceu Júlio, um garoto simpático e encantador que se tornou seu namorado.
O
relacionamento não era um conto de fadas, como já mencionado, boa parte da vida
de Marina foi passada debruçada em cima dos livros. Mas ela dava um jeito para
ser presente na vida do garoto e aproveitar cada momento que passavam juntos.
Finalmente
ela entrou para a universidade desejada. Conheceu pessoas novas, teria agora
mais tempo para curtir sua vida, seu namoro, seu Júlio.
Foi
quando uma crise assustadora de pânico aconteceu em sua vida.
Marina
estava trancada em seu quarto, quando sentiu sua garganta se fechar,
tremedeira, dificuldades para respirar e se manter de pé e um medo
incontrolável que ela não sabia do que se tratar.
Júlio
e sua mãe presenciaram essa primeira crise. Marina sentiu-se tão envergonhada e
ainda mais confusa por não saber do que se tratar.
Logo
as crises passaram a ser mais frequentes, e com uma duração ainda maior.
Ocorreu
na igreja, na faculdade, em seu quarto, no trânsito.
Todos
esses lugares se tornaram assombrados para a Marina.
Mas
o pior foi à crise que aconteceu no dia dos namorados. Estava com Júlio em um
motel, comemorando o dia, quando uma crise avassaladora apoderou-se de seu
corpo.
Júlio
não sabia como contê-la, não sabia como ajudá-la, ficou nervoso com os gritos,
e bateu em Marina achando ser o melhor.
A
garota teve que correr para não ser abandonada ali, pelo seu namorado.
Sentiu-se
um lixo.
Se
Júlio não seria capaz de ajudá-la, será que a merecia?
Dias
passaram sem que ela conseguisse falar com o rapaz. Ele passou a evitá-la, e
olhar Marina como se fosse uma louca.
As
crises agora eram cada vez mais constantes, mas sempre que chegavam ao
hospital, já havia passado.
Ninguém
entendia o que estava acontecendo.
Ela
não entendia do que tinha tanto medo.
Após
algum tempo, ao consultar um psiquiatra, Maria descobriu que sofria de síndrome
do pânico.
Ao
conhecer a doença a fundo, descobriu que não era a única do mundo. Que não era
louca. E que poderia aproveitar essa nova fase de sua vida, para conhecer
outras pessoas. Trocar experiências e se tratar de maneira adequada.
Dessa
forma Marina começou a enfrentar os seus medos.
A
tomar sua medicação regularmente, e a lutar contra uma doença que a consumia há
anos.
Marina
conseguirá recuperar o tempo perdido?
Após
abandonar quase tudo em sua vida, ela conseguirá recuperar o seu lugar na
sociedade?
Júlio
ainda fará parte de sua vida?
Uma
história emocionante, que nos ensina um pouco sobre uma doença e pessoas, que
merecem respeito, atenção e amor.
Obrigada
Breno Melo, pela belíssima historia, pelo exemplar nos enviado, pela confiança
em nos depositada, e pela obra maravilhosa.
Casa
de Livro Recomenda.
Eu era
uma chaleira que apitaria cedo ou tarde. Seria bom se alguém abrandasse o fogo.
Titulo:
A Garota Que Tinha Medo.
Autor:
Breno Melo.
Ano:
2014
Páginas:
277
Editora:
Chiado.
Boa
Leitura.
Casa de Livro.
Karina
Belo.
Eu estava completamente relaxada, além de
feliz porque ia sair com meu namorado. Passei a toalha delicadamente por meus
seios, que eram pequenos, depois por meus braços, que eram finos. Senti-me
ligeiramente tonta e trêmula. Imaginei que fosse um mal-estar passageiro e
continuei me enxugando. Passei a toalha por meu ventre, que era muito alvo,
depois por minhas pernas, que também eram finas. Até que não pude mais ignorar
os sinais de meu corpo.
Meus gritos não se transcreviam; não
significavam coisa alguma que valesse uma frase curta. Eram interjeições, ás
vezes sequer isso. O que eu berrava poderia ser repetido, sem necessidade de
tradução e sem prejuízo de significado, em qualquer idioma do mundo. O
desespero é universal.
- Não quero me encontrar com uma louca.
Você está louca, Marina. Não me telefone novamente.
Daí por diante, já não sei o que ele disse,
se é que disse mais alguma coisa. Fiquei tonta, deixei cair o celular e depois
não me lembro de mais nada. Creio que eu tenha morrido por alguns segundos.
Antes de fechar os olhos, concluí que eu
havia encontrado o homem perfeito. Continuei pensando e cheguei a uma nova
conclusão. Essa nova conclusão me dizia que o amor era bom.
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