John
Green consegue nos surpreender a cada obra lançada.
Após
ter apreciado a leitura de “A Culpa é Das Estrelas”, pensei que não seria
possível ele escrever uma obra que nos levasse a uma reflexão pessoal tão
séria. E ai surge “Cidades de Papel”.
A
história nos encanta de uma forma absolutamente mágica. Pois se trata de uma
aventura que muitos já fizeram, ou tiveram vontade de fazer. Mas acima de tudo,
nos faz refletir sobre nós mesmos, sobre o que somos como as pessoas nos
enxergam, e sobre como nos sentimos.
Quentin
Jacobsen é um garoto simples que mora com seus pais em Orlando.
Um
garoto centrado, estudioso e visa seu futuro. Quentin era visto como o nerd ou
certinho do colégio.
Mas
sua vizinha Margo Roth Spiegelman é o grande amor de sua vida. Q nunca teve
nada de mágico em seus dias, mas ter Margo em sua vida era realmente o seu
milagre.
Quando
crianças sempre brincavam juntos, e passaram por uma provação quando
encontraram um homem morto.
Q
desejou ir embora ao mesmo instante, ele tinha apenas nove anos de idade. Não
estava preparado para lidar com um cadáver, mas Margo que era fascinada por
aventuras, desde pequena, foi relutante em abandonar a cena do crime.
Os
dias se passaram, as crianças cresceram. E agora com seus 18 anos, e no último
ano do colégio, não se falam.
Mas
o amor que o garoto nutre por aquela menina linda, instigante e corajosa, é
algo que nunca mudará.
Margo
descobre que está sendo traída pelo seu namorado, e deseja bolar uma vingança.
Mas para isso seria necessário se vingar do resto de sua turma, por não ter lhe
contado o que estava acontecendo.
Ela
precisava de alguém para ajudá-la, e sabia que a única pessoa que poderia fazer
isso por ela, seria Quentin.
Novamente
estão juntos, em mais uma aventura. A amizade que estava a tanto adormecida,
será despertada com uma intensidade esmagadora, que levará Margo a agir
impulsivamente.
Após
uma noite divertida juntos, realizando os trotes inventados pela garota, se
separam novamente.
Q
pensou que seriam diferentes na escola, eles tiveram uma ligação, foi algo
mágico o que aconteceu naquela noite.
Mas
Margo nem se quer apareceu para as aulas.
E
quando ele chegou a casa, descobriu que ela havia desaparecido.
Q
ficou desolado. A garota que ele amava havia fugido, o deixado para trás.
Foi
quando descobriu uma série de pistas, que poderia levá-lo até o seu paradeiro.
Quentin
juntou com seus amigos, Ben e Radar, e passaram a investigar o porquê do sumiço
de Margo.
A
cada dia que se passava, Q passou a enxergar a garota de uma forma diferente.
Passou a entender o que ela sentia, conhecer a fundo aquela garota de papel, que
vivia em uma cidade de papel, mas que deseja ardentemente ser amada pelo o que
realmente era.
Juntos
se aventuraram pelas estradas, seguindo os mapas e todas as pistas decifradas.
O
maior medo dele era encontrá-la morta. Quentin sabia que os fios dentro de
Margo estavam arrebentando-se. Ele precisava encontrá-la e salvá-la.
Em
uma viagem inesquecível, esse grupo de amigos viverá a mais pura diversão.
Conhecerão a fundo o ser humano que cada um representa, e farão de tudo para
encontrar Margo ainda viva.
Quentin
conseguirá encontrá-la?
Qual
foi o verdadeiro motivo que fez Margo fugir?
Abandonando
a formatura, sua vida, seu lar. O que se passa dentro do coração dessa garota?
Uma
história maravilhosa, que nos fala sobre amor, carinho, atenção e respeito.
Casa
de Livro Recomenda.
Você
vai voltar para as Cidades de Papel e nunca mais sairá.
Titulo:
Cidades de Papel.
Titulo
Original: Paper Towns
Autor:
John Green
Ano:
2008
Páginas:
368
Editoras:
Intrínseca.
Boa
Leitura.
Casa
de Livro.
Karina
Belo.
Q olhe para todas aquelas ruas sem saída,
aquelas ruas que dão a volta em si mesma, todas aquelas casas construídas para
virem a baixo. Todas aquelas pessoas de papel vivendo suas vidas em casas de
papel, queimando o futuro para se mantiver aquecidas. Todas as crianças de
papel bebendo a cerveja que algum vagabundo comprou para elas na loja de papel
da esquina. Todas as coisas finas e frágeis como papel. E todas as pessoas
também. Vivi aqui durante dezoito anos e nunca encontrei ninguém que se
importasse realmente com qualquer coisa.
Eu precisava estreitar as possibilidades, e
desconfiava de que havia detalhes ali que eu estava visualizando da forma
errada, ou que simplesmente não estava enxergando. Eu queria arrancar o telhado
e iluminar o lugar todo, para assim ver tudo por inteiro, em vez de apenas um
facho de luz por vez. Joguei o cobertor de Margo e gritei, alto o suficiente
para todos os ratos me escutarem:
- EU VOU ENCONTRAR ALGUMA COISA AQUI!
E imediatamente eu soube como Margo Roth
Spiegelman se sentia quando não estava sendo Margo Roth Spiegelman: vazia. Ela
sentia que uma parede intransponível se fechava em torno de si. E pensei nela
dormindo naquele carpete com apenas uma faixa de céu logo acima. Talvez Margo
se sentisse à vontade ali porque a pessoa Margo vivesse daquele jeito o tempo
todo: em um cômodo abandonado com janelas lacradas e cuja única fonte de luz
era um buraco no teto. Sim. O erro fundamental que sempre cometi – era este: Margo
não era um milagre. Não era uma aventura. Nem uma coisa sofisticada e preciosa.
Ela era uma garota.
Sinto as mãos dela em minhas costas. E está
escuro quando a beijo, mas fico de olhos abertos, e Margo faz o mesmo. Ela está
perto o bastante para que eu possa enxergá-la, porque mesmo agora existem
sinais visíveis da luz invisível, mesmo à noite naquele estacionamento na
periferia de Agloe. Depois de nos beijarmos, nossas testas se tocam e fitamos
um ao outro. Sim, consigo enxergá-la quase perfeitamente através desta
escuridão rachada.
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