13 de mai. de 2015

CIDADE DE LADRÕES – David Benioff


Mais uma leitura incrível que tive a honra de apreciar.
Cidade de ladrões consegue nos mostrar uma realidade pura sobre a guerra, e nos colocar uma fantasia maravilhosa nesse cenário de tortura.
David Benioff mescla aventuras intensas, as dificuldades do amadurecimento e uma peculiar e comovente narrativa sobre amizade.
Lev Benioff era um garoto de dezessete anos, vivendo no meio da Segunda Guerra Mundial.
Filho de poeta e de uma dona de Casa, Lev era um dos garotos mais bondosos e sensíveis que ali residiam.
A Guerra mudou a vida de todos, inclusive a dele.
Seu pai foi levado pelo exército vermelho, onde foi torturado e morto.
Sua mãe e sua irmã tiveram que fugir de Leningrado, cidade onde moravam. O garoto estava sozinho, lutando uma guerra que não era sua. Combatendo alemães para um governo russo que matou seu próprio pai.
Quando ele também foi capturado pelo exército, sob suspeita de saquear soldados mortos, suas aventuras deram inicio.
Na prisão Lev conheceu Kolya, um soldado que foi preso por abandonar o seu batalhão.
A noite foi uma tortura para os rapazes, tinham em mente que não sairiam daquele lugar. Seriam mortos, e não teriam a chance de lutar para que acabar com os alemães.
Mas para surpresa, o Coronel passou lhes uma missão.
Sua filha iria casar-se, no meio da guerra com tantas pessoas morrendo de fome e frio ela iria se casar, e aqueles dois jovens seriam caçadores.


Em uma cidade de ladrões, onde as pessoas roubam para sobreviver, eles deveriam encontrar uma dúzia de ovos para que o bolo de casamento pudesse ser feito.
Sua recompensa? A vida.
Kolya e Lev passaram a percorrer os quatro cantos da Rússia em busca de ovos.
Lutaram batalhas que não lhe pertenciam.
Conheceram pessoas maravilhosas.
Encontraram canibais que os enganaram para levá-los a morte.
Mas estavam juntos, e era tudo o que importava.
Kolya era um rapaz extrovertido, muito diferente de Lev.
Todas as mulheres caiam aos seus pés. E ele sabia como tirar proveito de suas seduções.


Mas apesar disso, tornou-se uma espécie de irmão mais velho e protetor.
Uma obra emocionante que nos mostra as atrocidades de uma guerra sangrenta.
Onde dois jovens bem humorados enfrentam as maiores dificuldades para salvar suas vidas.
As aventuras são intermináveis.
Lutam bravamente para ajudar as pessoas que necessitam.
Apaixonam-se perdidamente por mulheres guerreiras.
Será que um dia essa guerra terminará?
Serão que conseguirão viver seus sonhos?
Será que sobreviverão?
Cidade de Ladrões é emocionante, iluminador e impactante.
Casa de Livro Recomenda.

Se a cidade caísse, nós não deixaríamos para trás nenhum hotel onde os alemães pudessem ficar bebendo no piano-bar, nem se deitar em suas suítes luxuosas. Se a cidade caísse, nós a levaríamos conosco.


Titulo:Cidade de Ladrões.
Titulo Original: City of Thieves
Autor: David Benioff
Ano: 2008
Páginas: 363
Editora: Ponto de Leitura.

Boa Leitura.
Casa de Livro.

Karina Belo.



Ele me puxou com dificuldade para descer a colina de escombros, e eu estava fraco demais para resistir, cansado demais para demonstrar tristeza, raiva ou rebeldia.  Eu queria me aquecer. Queria comer...

 

Agora ela estava tão perto que eu podia examinar os sulcos curvos de sua orelha ou as dobras que interrompiam a extensão lisa de sua testa quando ela erguia as sobrancelhas. Algumas agulhas de pinheiro estavam alojadas nos tufos de seu cabelo e resisti ao impulso de tirá-las.

 

Nunca fui um grande patriota. Meu pai não permitiria isso em vida, e sua morte garantiu que seu desejo fosse realizado. Piter recebia muito mais afeição e lealdade da minha parte do que a nação como um todo. Mas naquela noite, correndo através dos campos não lavrados de trigo invernal, com os invasores fascistas bem atrás de nós e as escuras florestas russas à nossa frente, eu senti uma onda de puro amor pelo meu país.


 

Uma jovem estava em pé no corredor, uma mala a seus pés, uma caixa de papelão nas mãos. Ela usava um vestido amarelo de algodão com um padrão de flores brancas. A libélula de prata em seu colar pendia-lhe sobre a concavidade da clavícula e uma espessa cabeleira vermelha caía-lhe como se fosse uma cascata sobre os ombros queimados de sol. Ela vai lhe dizer que não tinha escolhido aquele vestido por algum motivo especial, ou o colar. Vai dizer que não tinha lavado o cabelo nem o rosto, nem que passara batom. Não acredite. Ninguém fica tão bonito por acaso.


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